13 de dezembro de 2025
OPINIÃO

Cuidador: O coração do cuidado


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Com o aumento da expectativa de vida e a crescente demanda por cuidados prolongados, o papel do cuidador domiciliar tornou-se essencial para a promoção da saúde e o bem-estar das pessoas que necessitam de acompanhamento contínuo. O atendimento em casa oferece conforto, segurança e afeto, fatores que contribuem diretamente para a recuperação, estabilidade e qualidade de vida de quem enfrenta limitações físicas, cognitivas ou emocionais.

O cuidador é muito mais do que alguém que “ajuda”. Ele é um elo entre o paciente, a família e os profissionais de saúde. Sua presença constante garante atenção, prevenção e apoio, permitindo que o cuidado seja humanizado e personalizado. Em casa, o cuidador observa sinais de mudanças no comportamento, na mobilidade ou na alimentação, ajudando a detectar precocemente possíveis complicações e evitando internações desnecessárias.

Entre as principais atividades do cuidador, estão o auxílio na higiene pessoal, alimentação, administração de medicamentos sob orientação, acompanhamento em consultas, organização do ambiente, estímulo à mobilidade e apoio emocional. Além disso, ele incentiva hábitos saudáveis, como hidratação, boa alimentação e exercícios compatíveis com a condição do paciente. O cuidador também desempenha um papel importante na socialização, estimulando conversas, leituras e pequenas atividades que fortalecem a autoestima e a sensação de pertencimento.

Para as famílias, ter um cuidador em casa significa tranquilidade e segurança. Muitas vezes, os familiares desejam cuidar, mas não dispõem de tempo ou preparo técnico para lidar com situações delicadas, como administração de medicamentos, previnir quedas ou mudanças de comportamento. O cuidador oferece suporte profissional, garantindo que o paciente receba a atenção adequada enquanto os familiares mantêm o convívio afetivo sem sobrecarga física ou emocional.

Além dos benefícios diretos ao paciente, o trabalho do cuidador contribui para o sistema de saúde como um todo. O acompanhamento domiciliar reduz a necessidade de hospitalizações prolongadas, libera leitos e diminui custos públicos e privados. Quando capacitado e valorizado, o cuidador se torna um verdadeiro agente de promoção da saúde, atuando na prevenção de agravos e no incentivo ao autocuidado.

Ter um cuidador em casa é, portanto, investir em dignidade, autonomia e qualidade de vida. É oferecer ao ente querido um cuidado contínuo, atento e humano, que respeita o ritmo e a individualidade. O cuidador não cuida apenas do corpo, ele cuida da história, das memórias e da vida que segue pulsando mesmo diante das limitações. Reconhecer e valorizar esse profissional é reconhecer o próprio sentido do cuidado: o de preservar o que há de mais essencial em nós, a nossa história.

Edvaldo de Toledo é empresário, enfermeiro, especialista em Gerontologia e Geriatria, Apresentador do IssoPodAjudar, Criador da Cuidare Home Care (@edvaldo.toledo)