13 de dezembro de 2025
OPINIÃO

Sinais de luz


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Outubro começa para mim com claridade, já que, no primeiro dia, se celebra a memória de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face.

Tenho história com a Santinha de Lisieux, que era da devoção de nossos pais. Soube dela ainda menina e passei a ler os seus textos e sobre ela. Foi a primeira santa de minha devoção, a quem sempre peço que interceda junto ao Senhor por mim. Faz-me bem o seu silêncio da comunhão com Deus e, a cada época, ela me fala mais forte.

Neste ano, em um dos dias do tríduo preparatório de sua festa, na capela das Irmãs Carmelitas Teresianas, ouvi do Padre Márcio Felipe de Souza Alves sobre o quanto Santa Teresinha dizia de sua pequenez e da proporção imensa da misericórdia de Deus. Disse ele que, se somos seres humanos da verdade, reconheceremos nossas misérias, mas sem nos assustar, pois a misericórdia do Senhor é legítima. É a grande esperança que ela sempre anunciou.

No dia, na missa das sete, no Carmelo São José, o Padre Félix Xavier da Silveira comentou sobre o quanto precisamos observar a ação de Deus na vida dos santos. Em relação a Santa Teresinha, destacou que assumiu em plenitude a sua vocação em ser amor e, com isso, tratava bem todas as pessoas, independente de suas diferenças.

Neste mês, estou lendo: “100 Palavras de Santa Teresinha”, do Frei Patrício Sciadini, OCD. Reside, desde 2010, no Egito, onde serve à Igreja como reitor da Basílica de Santa Teresinha. Na contracapa, uma frase da Santa: “Como Jesus voltou ao Céu, só posso segui-Lo pelas pistas que deixou. Como são luminosas essas pistas, como são perfumadas”.

Na palavra “Coração de Jesus”, reli a poesia 23, da querida Santinha, da qual destaco alguns versos:
“No santo sepulcro, Maria Madalena/ Procurando seu Jesus, curvava-se em prantos. (...)/ Ela queria ver o Senhor dos Anjos. (...) E a primeira a vir com a luz do dia;/ Seu Deus também veio, velando sua luz, / Pois, em questão de amor, ela não O vencia. / E Jesus, ao mostrar seu Divino Semblante, / Um nome, apenas, lhe sai do Coração, /Dizendo-lhe: Maria! E foi bem nesse instante/ Que a encheu toda de paz e de consolação. /Bem como Madalena, assim também, um dia/ Eu quis Te ver, de Ti me aproximar. / Nas plagas deste mundo o meu olhar queria/ Encontrar o seu Mestre e descobrir o seu Rei. (...) Se não posso ver o brilho da Tua Face, / Ouvir Tua voz de plena mansidão, / Posso, ó Deus, viver de Tua Graça, / Posso repousar em Teu Sagrado Coração. (...) Tu soubeste encantar minha terna juventude, /Fica junto a mim quando a última noite chegar...”

Não imaginava que receberia, no dia dela, aceno luminoso do Céu, através do querido Dom Gil Antônio Moreira, Arcebispo de Juiz de Fora e nosso quarto Bispo Diocesano.

Tínhamos em casa uma imagem de Santa Teresinha, trazida de Lisieux por nossa avó paterna na década de 20. A primeira vez que Dom Gil esteve em casa, admirou-a. Nossa mãe se recordou disso dez dias antes de partir, comentou o fato e manifestou sua vontade de estar com ele para lhe oferecer de presente. Fiz isso alguns meses depois.

No dia de Santa Teresinha, Dom Gil me enviou foto da imagem na capela da residência episcopal, dizendo que ficara iluminada o dia todo.

Senti-me abraçada pelo Céu. Bendito seja Deus por seus sinais de luz.

Maria Cristina Castilho de Andrade é professora e cronista