13 de dezembro de 2025
OPINIÃO

Conscientização do Alzheimer


| Tempo de leitura: 2 min

O dia 21 de setembro marca o Dia Mundial da Conscientização do Alzheimer, uma data que chama atenção para uma das doenças mais desafiadoras. O Alzheimer é um tipo de demência progressiva que compromete a memória, o raciocínio, a linguagem e, com o tempo, até mesmo as atividades mais simples do dia a dia.

Apesar de ser bastante conhecido, ainda é visto como uma deficiência oculta, já que os primeiros sinais muitas vezes passam despercebidos ou são confundidos com o envelhecimento natural. Entre os sinais iniciais mais comuns, destacam-se: esquecimentos frequentes (especialmente de informações recentes), dificuldade em encontrar palavras ou se expressar, desorientação em lugares conhecidos, perda de objetos em locais inusitados, mudanças repentinas de humor e alterações no sono.

É importante entender que o esquecimento eventual faz parte da vida, mas quando ele se torna repetitivo, impacta a rotina e vem acompanhado de outras dificuldades cognitivas, merece atenção médica.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 55 milhões de pessoas no mundo vivem com algum tipo de demência, e o Alzheimer representa 60 a 70% dos casos. Estima-se que até 2030 esse número chegue a 78 milhões e ultrapasse 139 milhões em 2050, acompanhando o crescimento da população idosa. No Brasil, dados da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) indicam que existem aproximadamente 1,7 milhão de pessoas diagnosticadas, mas o número real pode ser maior devido à subnotificação e ao atraso no diagnóstico.

A convivência com alguém que tem Alzheimer exige uma dose enorme de paciência, empatia, compreensão e amor. Muitas vezes, a pessoa que sofre da doença não tem consciência plena de suas falhas de memória ou de suas atitudes. Isso pode gerar frustração tanto no paciente quanto nos familiares e cuidadores. É fundamental lembrar que, atrás de cada esquecimento, existe uma história de vida, uma identidade e sentimentos preservados em maior ou menor grau.

Por isso, acolher com calma, evitar confrontos, repetir informações quantas vezes forem necessárias e oferecer apoio emocional são atitudes que fazem a diferença. O cuidado não é apenas médico, mas humano: envolve ouvir, respeitar o tempo da pessoa, proporcionar segurança e manter atividades que estimulem a mente e o corpo, dentro das possibilidades.

O Alzheimer não tem cura, mas o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem retardar a progressão dos sintomas e melhorar a qualidade de vida. Devemos ter a responsabilidade coletiva: conscientizar, apoiar famílias, combater o estigma e tratar a doença com a seriedade e a sensibilidade que ela exige.

No dia 21 de setembro – e em todos os outros dias – é preciso lembrar que a paciência não é apenas uma virtude, mas um ato de amor essencial diante dessa deficiência invisível que transforma vidas e famílias.

Edvaldo de Toledo é empresário, enfermeiro, especialista em Gerontologia e Geriatria, Apresentador do IssoPodAjudar, Criador da Cuidare Home Care (@edvaldo.toledo)