A paternidade é, sem contestação, uma verdadeira missão e um grande dever, que são traçados muito antes do nascimento dos filhos, ainda na dimensão espiritual, onde espíritos voluntários escolhem guiar outros no plano terreno. Ser pai e mãe não se resume ao ato biológico, é um compromisso de alma, que envolve sustento emocional, espiritual e moral. Não é simplesmente ser genitor, pai é quem permanece, quem ama, orienta e assume com responsabilidade a ajuda no crescimento interior de um ser.
Sendo responsáveis pela educação moral e espiritual, atuando como primeiros educadores e modelos de conduta,a responsabilidade dos pais se estende para além do cuidado físico e material, abrangendo a formação do caráter e o desenvolvimento moral dos filhos, com o objetivo de auxiliá-los em sua evolução como seres imortais.Espiritualmente, os pais são uma âncora vibracional que sustentam o lar com justiça, coragem e integridade. Na prática, eles atuam como verdadeiros mentores da alma, quando orientam com o olhar atento, protegem com o silêncio presente e educam com o exemplo, sendo este último fundamental. Conforme famosa frase de Confúcio: “A palavra convence, mas o exemplo arrasta”, por isso, a paternidade geralmente torna as pessoas melhores, pois elas devem se esforçar em dar o exemplo correto.
Não basta somente desejar que os filhos progridam moralmente e sejam pessoas boas, é necessário que os pais criem condições reais para que esse processo aconteça, dessa forma, o tempo e o espaço da convivência familiar devem estar plenamente preenchidos com este objetivo. É um desafio conciliar trabalho, compromissos sociais e família, mas é dever dos pais transformar o lar em uma verdadeira escola da alma. É no convívio familiar que vai se forjar a socialização primária, com seus valores, regras e a necessária carga afetiva, que são muito importantes para a capacidade de aprendizado e formação dos filhos.
A educação moral dos filhos não deve ser terceirizada para a escola, é uma obrigação dos pais e, sendo para eles uma tarefa, se nela falharem, serão culpados. Caso os filhos vierem a sucumbir por culpa dos pais, estes suportarão os desgostos resultantes dessa queda e partilharão dos seus sofrimentos na vida futura, por não terem feito o que lhes estava ao alcance para que eles avançassem na estrada do bem.
Ser pai é preparar os filhos para a atual e para as futuras encarnações e quem abandona essa tarefa, dificilmente será feliz. Quando alguém rejeita a missão da paternidade, frequentemente se distancia do propósito maior, desperdiçando sua própria oportunidade de evolução.Por outro lado, quem a abraça com o coração desperto, independente de vínculos biológicos, aceita assumir uma das missões mais nobres que um espírito pode abraçar. Essa paternidade consciente é compreender que os filhos não os pertencem, mas sim ao Universo. Os verdadeiros pais não prendem, eles edificam, libertam e se tornam um farol de força, luz e amor.
Eduardo Battel é médico urologista, expositor Espírita e Coordenador da Liga de Medicina e Espiritualidade da FMJ