13 de dezembro de 2025
OPINIÃO

IA sob medida impulsiona aprendizagem


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A Inteligência Artificial generativa, como o ChatGPT e a Deepseek, entrou de forma definitiva no cotidiano das pessoas. Os jovens, sobretudo, –sempre mais afeitos às novidades tecnológicas – aderiram de forma avassaladora a essas ferramentas. Com isso, quase que repentinamente, as escolas se viram diante do desafio de lidar com a IA no ambiente de aprendizagem, uma vez que foram incorporadas ao dia a dia dos adolescentes.

Tudo ainda é muito novo, mas as escolas vão encontrando caminhos. O Sesi-SP, por exemplo, desenvolveu uma inovadora plataforma educacional de Inteligência Artificial, em parceria com a Microsoft. Na ferramenta, destaca-se um tutor virtual que adapta os conteúdos às preferências, ritmos e dificuldades de cada usuário, tornando a experiência do aluno mais personalizada e eficaz.

O sistema já está presente em todas as 140 escolas da rede paulista, atendendo aproximadamente 36 mil alunos do Ensino Fundamental e Médio, nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. São milhões de interações mensais e a utilização da plataforma, que oferece respostas rápidas, recursos audiovisuais, exercícios e exemplos práticos, está em expansão para outras disciplinas e anos escolares.

A proposta da instituição é garantir que o estudante encontre, além das aulas presenciais, uma estrutura complementar capaz de oferecer conteúdo a partir das necessidades identificadas pelo professor e alinhados ao currículo escolar.

Um diferencial importante é que o tutor virtual foi construído sobre a base de dados do próprio material didático do Sesi-SP, o que garante confiabilidade e foco nos conteúdos previstos para cada etapa escolar. Ou seja, o aluno não está sujeito às possíveis respostas equivocadas ou às eventuais alucinações das IAs tradicionais.

A personalização é um dos grandes ativos. Cada estudante possui um modo de aprender: alguns assimilam melhor por leitura, outros por vídeos, podcasts ou exercícios interativos. No ambiente virtual, o aluno responde perguntas sobre interesses e preferências de interação, o que permite que o sistema ajuste a comunicação e os materiais apresentados. Além disso, são gerados indicadores que permitem identificar defasagens específicas, orientando a atuação dos professores e possibilitando intervenções pedagógicas mais precisas.

Vale destacar que o tutor virtual não dá as respostas prontas, mas constrói junto o conhecimento, com exemplos e conceitos. Dessa forma, o sistema funciona como uma extensão da sala de aula, oferecendo também recomendações de videoaulas, textos e exercícios complementares.

A gamificação é outro recurso. Conforme interage com a plataforma, o estudante acumula recompensas, moedas virtuais e melhorias em seu avatar, o que torna o processo mais atrativo para uma geração já habituada ao universo dos jogos digitais. 

Por fim, é bom frisar que a plataforma não substitui o acompanhamento humano, mas o complementa. Quando identifica dificuldades persistentes em determinados tópicos, o tutor virtual sugere que o aluno agende atendimento com professores online para sanar as dúvidas.

Por meio dessa integração entre tecnologia e orientação pedagógica, os estudantes avançam em suas trilhas de aprendizagem, de maneira contínua e estruturada, e alcançam melhores resultados.

Vandermir Francesconi Júnior é 2º vice-presidente do CIESP e 1º diretor secretário da FIESP