15 de dezembro de 2025
EXTREMOS

Conservadores invadem USP, aluno é mordido e militante agredido

Por Bruno Lucca | da Folhapress
| Tempo de leitura: 1 min
Reprodução
Grupo invade faculdade da USP e causa confusão e violência

A União Conservadora, grupo formado por jovens de direita, visitou a USP (Universidade de São Paulo) nesta sexta-feira (5) e causou tumulto, encerrado com um aluno sendo mordido e, em resposta, um militante sendo agredido.

O alvo dos manifestantes foi a FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). Eles arrancaram cartazes no local, afirmando serem propaganda política comunista, e discutiram com graduandos.

Imagens mostram um dos membros da União mordendo um estudante. O agressor seria Mario Fortes, presidente do grupo. A reportagem tentou contato com ele por ligação e mensagem, mas não houve resposta.

Logo depois, os alunos da instituição expulsaram os militantes a socos e pontapés. O mais atingido foi Jessé Henrique. Vídeo mostra ele correndo dos alunos e caindo enquanto é atingido.

Essa foi a oitava visita da União à USP neste ano, sempre à FFLCH, e normalmente para arrancar cartazes lá instalados, além de gravar embates com alunos. Eles já haviam ido ao local nesta quinta (4).

Em entrevista na última semana, a entidade, por meio de seu presidente, disse se preocupar com o uso do espaço público para manifestação política e justificaram suas visitas à universidade como fiscalizadoras.

O grupo tem crescido nos últimos meses, ganhando mais membros e padrinhos políticos. Seu intuito é oferecer formação a jovens conservadores e lançá-los a cargos eletivos.

Segundo a entidade, o objeto das idas à USP nunca é causar confusão, mas a resposta dos estudantes seria sempre agressiva.

Há três meses, o diretor da FFLCH, Adriano Fanjul, denunciou as invasões da União Conservadora à Procuradoria-Geral da USP e pediu que fossem tomadas medidas para coibir a prática. A Procuradoria nada fez ainda.

Em nota, diretório e centros acadêmicos da universidade disseram estar preocupados com a "imobilidade da reitoria frente a esses ataques". Segundo eles, isso está "colocando ativamente os estudantes em risco".