Talvez o desfile deste 7 de setembro possa ser um dos mais importantes para nossa Pátria. Algo possa ser despertado no coração e na razão dos cidadãos brasileiros. Somos cerca de 60 milhões sem ocupação. Dentre estes, cerca de 14 milhões de desempregados.
Os aposentados da iniciativa privada vivem o martírio de uma vida de sofrimento humano e agora surrupiados de sua miserável aposentadoria. O Governo Federal deu um aumento mínimo para o salário mínimo, mas é generoso nos aumentos do combustível, gás, energia elétrica, nos planos de saúde, remédios, escolas particulares, IOF.
Não se aumentam os abatimentos do imposto de renda. Massacra a classe média trabalhadora. Temos que ter consciência em criar um vigoroso movimento popular que produza uma verdadeira reforma político-administrativo, profunda, séria e radical na vida do País.
Um movimento sem coloração partidária. Um movimento que crie mecanismos de punição ao homem público que transgride. A má fama do Congresso é algo tão antigo quanto o próprio. A insatisfação popular, por tanto desvios do dinheiro público, revelados na mídia social, fala por si só.
O povo precisa ser despertado diante das apurações que maculam nossos representantes políticos. Há necessidade de uma reforma política. Uma reforma política que não seja escorada em regimentos internos viciados, que sepultam o debate.
Que se faça introdução de pesadas agravantes na legislação penal, cível e tributária, para crimes cometidos pelos homens públicos. Que se exija a obrigatoriedade de comprovação de capacitação e experiência dos aspirantes a cargos de direção em entidades da administração direta e indireta.
Contudo, nós, povo, não devemos continuar como espectadores. Calados, no silêncio de nossas insatisfações. Chegou a hora de criarmos reais condições para que a esperança vença a descrença.
Neste dia 7 de setembro faça um desfile de suas crenças em sua memória, por um Brasil mais justo. “Eles estão lá defendendo seus interesses” E nós? Vamos ficar todos aqui mesmo. Impassíveis?
Precisamos resgatar pelo menos a esperança. Lamentável que em nossos dias se mortifique o justo, se releguem garantias para se construir a pública aparência da inflexível e rigorosa aplicação da lei.
Penso, como o autor desconhecido, deixar a emoção percorrer os descaminhos do coração que a única forma de acompanhar o curso desta esperança, segui-la de início e fim, assim como os rios correm para o mar, assim como a vida segue em direção ao seu fim, por vezes, de forma triste, injusta, dura, cruel e desigual.
Dia da Independência, dia do amor à Pátria, sangra em meu peito, os versos da canção “Pra não dizer que não falei das flores” que tem gravado estes versos; “Caminhando e cantando; e seguindo a canção/Somos todos iguais/braços dados ou não/”.
Guaraci Alvarenga é advogado (guaraci.alvarenga@yahoo.com.br)