13 de dezembro de 2025
OPINIÃO

Entrega de amor 


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No domingo, 17 de agosto, a Igreja Católica celebrou a Assunção de Nossa Senhora ao Céu. No Santuário Diocesano Santa Rita de Cássia, na mesma data, aconteceu o “Jubileu do Terço dos Homens” e das “Mães que Oram pelos Filhos”, encerrando com a Missa, presidida por Dom Gil Antonio Moreira, quarto Bispo Diocesano de Jundiaí e atual Arcebispo de Juiz de Fora. Dom Gil é também Bispo Referencial, junto à CNBB, pelo Terço dos Homens.

Para tocar a alma a sua homilia, plena do amor de Deus e de Nossa Senhora, elevada ao Céu pelos anjos. Sua assunção é sinal de que nosso corpo também não ficará perdido. Maria nos precedeu.

Destacou o Terço como contemplação do rosto de Cristo. Apreciamos o Seu Rosto através de Maria. Isabel, ao se deparar com sua prima, , fez a sua profissão de fé, como encontramos no Evangelho de São Lucas (1, 43): “Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?” E ao proclamar o Magnificat (Lucas 1, 48-50), Nossa Senhora afirma: “Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque o Todo Poderoso fez grandes coisas em meu favor”. Ou seja, é feliz porque Deus tomou posse de sua vida e de sua morte.

Ouvira antes uma reflexão do Padre Márcio Felipe de Souza Alves, Reitor e Pároco do Santuário Santa Rita de Cássia, de que Nossa Senhora se entregou nas mãos de Deus sem questionar o futuro e passou pela Cruz sem esmorecer, diante do Filho que morria por nós. Convidou-nos a fazer o mesmo para chegarmos ao Céu e também para levarmos Jesus conosco aonde formos.

Misericórdia, sensibilidade, esperança, eternidade e ternura de Deus fizeram parte da fala de Dom Gil. Comentou que Maria, pensada por Deus, após o homem e a mulher caírem, é sinal de que Ele não perdeu a esperança no ser humano e espera em nós, assim como nós esperamos nEle. Recordou uma frase de São João Paulo II, de que santo é um pecador que nunca desiste, ou seja, um pecador que não consente em ficar caído. Em seguida falou da escritora mineira Adélia Prado, de Divinópolis, que costuma utilizar a expressão “mãozona de Deus” em seus textos. Ou seja, uma imagem poética que evoca a proteção, o cuidado e a intervenção de Deus em seu cotidiano, quando se encontra numa pior. E a respeito de Nossa Senhora, salientou o escritor italiano   Dante Alighieri, em sua epopeia, “Divina Comédia”, ao chegar ao paraíso, antes de sua visão direta de Deus, tem Maria a guiá-lo como intercessora e no olhar dela contempla um reflexo da visão de Deus.

Disse que no Céu vamos nos reconhecer. Mencionou que será uma surpresa, porque surpresa é um elemento do amor e Deus é Amor.

Encerrou com uma mensagem contra a legalização do aborto. Concordo em plenitude, pois somos da vida. Sobre a ameaça de morte em leis abortistas, agora em discussão a liberação da Assistolia Fetal, que consiste na injeção de altas doses de cloreto de potássio no coração de bebês. Em uma visita de São João Paulo II a outro país, havia abortistas com uma faixa: “Se Maria tivesse abortado, ficaríamos livres de Jesus”. Que doloroso!

Uma fala tão plena de vida. Agradeci a Deus por ter nascido, por meus pais me gestarem e me levarem ao Batismo, com o propósito de que minha gestação se prolongasse na Igreja em que professo minha fé.

Maria Cristina Castilho de Andrade é professora e cronista (criscast@terra.com.br)