Mesmo com temperatura corporal diferente dos humanos, ou seja, mais alta, os pets também sentem frio, principalmente por conta da sua regulação térmica ser diferente e menos eficiente. Sendo assim, com as baixas temperaturas típicas do inverno, é preciso redobrar os cuidados com o animal, seja cão ou gato, em especial com a alimentação e roupa.
A veterinária Mariane Rela Arakaki lembra que em alguns casos é preciso até aumentar a quantidade de alimento ou opções com mais proteína, mas tudo com orientação do médico veterinário para avaliação. Os banhos e tosas, por exemplo, apesar de fazerem parte da higiene do pet, devem ser reduzidos. Se não for possível utilizar sempre água morna, secando-o bem e evitando tosas muito baixas para preservar o isolamento térmico natural.
“Temos que ficar atentos à ingestão hídrica. Como os animais tendem a beber pouca água, é preciso estimular a hidratação. O interessante é manter vários potes de água fresca e oferecer alimentos mais úmidos, encontrados em sachês.”
Apesar de ficarem ‘engraçadinhos’, o uso de roupas próprias aos animais é um detalhe a ser observado. Só colocá-las quando o animal permitir. Segundo a veterinária, a roupa ideal não pode apertar, nem limitar os movimentos. “Se o pet treme de frio a ponto de se encolher, então evite sair de casa e não force-o a colocar roupa. Elas podem ser sim, aliadas no combate ao frio, especialmente para cães de pelagem curta, filhotes e idosos, mas se o pet não aceita, tenta tirar, se irrita ou fica imóvel, é melhor buscar outras formas de aquecimento.”
A veterinária Mariane Rela Arakaki lembra que é preciso observar as reações dos pets antes de mudar a rotina
Para a microempresária Cilene Aparecida da Silva Rios, tutora da Frida, de 8 anos, mudar a casa já é uma rotina para deixar a mascote protegida. Frida é acostumada a ficar no quintal, porém no inverno além de ficar dentro de casa, também é oferecida roupas como mais uma alternativa para aquecimento.
“Ela adora as roupinhas, tem várias porque eu faço pra ela e procuro trocar pelo menos duas vezes na semana. Mesmo acostumada com a ração e frutas, no frio sempre dou algo mais quente, como frango desfiado ou ovo cozido. Ela adora.”
Para o Snoopy, de três anos, ficar com as cobertas já virou mais que rotina: é uma exigência. Sua tutora, a comerciante Débora Antas Gibello, prefere os pet shops para que a secagem fique perfeita. “Faço apenas a tosa higiênica e claro coloco roupinha quentinha e ele não se incomoda, fica super tranquilo.”
Para a fotógrafa Isabela Machado, manter todos os animais abrigados e protegidos já faz parte da rotina, especialmente porque a maioria vem de resgate, sendo assim, o cuidado é redobrado. "Todos eles ficam dentro de casa e, quando está muito frio, fecho tudo e ligo o ar quente. Eu costumo espaçar mais os banhos no frio e mantenho a ração, complementando com ossinhos e sachês. Todos adoram um cobertor e roupas novas."
Vale ressaltar que, apesar de sentirem frio, cães e gatos devem ser tratados de forma diferente. Mariane Rela reforça que tratam-se de duas espécies completamente diferentes, sendo assim é preciso observar cada característica. Ambos podem apresentar problemas respiratórios e articulares com maior intensidade, especialmente os mais velhos ou com histórico de doenças crônicas. O cuidado nestes casos não é somente com o pet, mas com o ambiente onde ele vive.
“Cães das raças braquicefálicas, como pug, buldogues ou lhasa apso, têm maior sensibilidade respiratória. Já os gatos geralmente não permitem roupinhas, preferindo tocas, caminhas quentinhas e a famosa caixa de papelão. Em geral para as duas espécies no inverno vale a atenção redobrada com respiração, articulações e hidratação”, orienta Mariane Rela.
Durante o inverno, as principais queixas que chegam aos consultórios envolvem problemas respiratórios dos pets, em especial gripes, tosse e secreções nasais, além de dores articulares, especialmente em animais idosos ou com histórico de doenças osteoarticulares.
Amora, de 15 anos, uma dos pets adotados da fotógrafa Isabela Machado, não abre mão do seu cobertor
- Utilize tecidos leves, confortáveis, térmicos e respiráveis;
- Evite peças sintéticas, pesadas ou que causem coceira;
- Faça passeios nos horários mais quentes do dia;
- Manter o ar mais úmido ajuda a prevenir crises respiratórias e isso pode ser feito com toalhas molhadas no ambiente, bacias com água ou umidificadores de ar;
- A rotina de exercícios e estímulos precisa continuar, mesmo que seja em ambientes internos;
- Passeios curtos em horários mais quentes, brincadeiras e atividades cognitivas ajudam a manter o pet ativo e menos rígido;
- Coloque as caminhas longe de correntes de ar.
- Hidratação é um ponto crítico no frio. Muitos animais bebem menos água no inverno, então vale estimular com ração úmida (sachês).
Durante os dias mais frios, Débora Gibello evita as tosas curtas para o Snoppy