O início de um novo ano vem com uma lista de promessas a serem cumpridas. Depois dos exageros das festas de fim de ano, um desses itens, geralmente, é a perda de alguns quilinhos. Para funcionar, nada de se submeter àquelas dietas malucas da moda, que podem prejudicar a saúde e ainda não gerar resultados. O certo é rever os hábitos alimentares, contar com orientação profissional e ter persistência. A nutricionista Fernanda Mangabeira, do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), dá orientações essenciais para ajudar a atingir tal objetivo com saúde e sem sofrimento.
Para começar, cinco pontos importantes para mudar a alimentação:
Se o objetivo é perder peso, o importante é contar com o apoio de profissionais. “Cada indivíduo tem uma necessidade alimentar e energética diferente e apenas o profissional da saúde sabe calcular essas necessidades de forma individual e ajudar no programa ideal de perda de peso”, explica a nutricionista.
Por isso, não adianta se aventurar em dietas radicais e pouco eficazes. “O grande problema é que, ao longo do tempo, essas dietas restritivas podem desencadear diversos sintomas de doenças, como fadiga, dificuldade de concentração, oscilações de humor, tonturas e náuseas, baixo nível de ferro e vitaminas no corpo, ocasionar transtornos alimentares e, em outros casos mais extremos, até a desnutrição”, alerta.
Além disso, a especialista explica que, numa dieta com acompanhamento profissional, já se pode ver alguma melhora em sete dias, desde que se siga as orientações alimentares e pratique atividade física. “A partir do sétimo dia já é possível perceber o organismo desinchado. Ao completar duas semanas, e se alimentar de forma mais saudável, a glicemia está mais estabilizada, o que melhora o humor. Isso influencia também no controle de vontades e na compulsão alimentar", explica.
A diminuição de sal e bebidas alcoólicas na dieta ajuda a manter o corpo mais hidratado, causando diferenças na pele e no funcionamento dos órgãos. Além disso, a ingestão frequente de fibras auxilia na regulação do intestino, o que também reduz inchaços e desconfortos na área do abdômen.
Segundo Fernanda, os alimentos que não podem faltar numa dieta de emagrecimento são os alimentos integrais, as proteínas magras, as frutas, legumes, verduras, leguminosas, oleaginosas, fibras, iogurtes e derivados.
Para a nutricionista o segredo para se perder peso e mantê-lo não é proibir nenhum alimento, mas equilibrar. “Acredito que tudo é equilíbrio e, portanto, não há nada proibido. Porém, alguns alimentos devem ser evitados ou consumidos com muita moderação: açúcares, refrigerantes e sucos industrializados, frituras, fast-foods, bebidas alcóolicas e sobremesas com ingredientes muito gordurosos”, aconselha.
Em linhas gerais, a quantidade de refeições que devem ser feitas ao dia e o intervalo entre elas não são muito “engessados”. “O tempo ideal dependerá das sensações de fome e de saciedade, que variam entre as pessoas. A rotina de atividades diárias da pessoa, como trabalho e atividades físicas, é outro fator decisivo para esse tema. Ou seja, não há uma regra única. Nessas situações, o importante é a pessoa perceber o momento em que ocorre a sensação de fome e de saciedade, que são sensações individualizadas, em função de questões como o gasto de energia ao longo do dia e a qualidade dos itens presentes no prato”, diz.
Já no caso de pessoas com diabetes, hipoglicemia, hipotensão, com resistência a insulina ou que sofrem com enxaquecas, zumbidos no ouvido e tonturas, a recomendação é se alimentar a cada três ou quatro horas, dando preferência para alimentos “in natura”, como frutas, proteínas e oleaginosas.
De acordo com a nutricionista, havendo uma boa fonte de proteína e fibras na refeição, a pessoa vai ficar satisfeita por mais tempo e não, necessariamente, terá que comer a cada três horas. Nessas condições, a fome pode reaparecer só depois de quatro ou cinco horas.
O consumo de água é de extrema importância para o processo de emagrecimento. Fernanda destaca três benefícios deste líquido vital:
Muito além de um prato balanceado e saudável, emagrecer é rever a relação com a comida, tornar cada refeição um prazer, fazer do preparo uma cerimônia especial, conhecer melhor o corpo e seu funcionamento, tirar proveito de cada nutriente e ver no organismo os resultados. Como se diz, “a gente é o que come”.