Com a chegada das festas de fim de ano, muitas pessoas enfrentam um sentimento de vazio e melancolia que, embora desconfortável, costuma ser passageiro. De acordo com Enéias Amorim, psicólogo do Hospital Psiquiátrico Francisca Júlia, o termo “tristeza de final de ano” descreve melhor essa sensação do que “depressão”, já que ela se manifesta temporariamente, geralmente de dezembro até meados de janeiro.
Amorim explica que o período é marcado por reflexões e sentimentalismo, o que pode ampliar sentimentos de perda e saudade. A distância de entes queridos, lutos recentes ou a ausência de celebrações que antes faziam parte da rotina são alguns dos fatores que podem levar a essa tristeza.
Outro aspecto relevante é o impacto de estímulos externos, como decorações, propagandas e a idealização da felicidade nas redes sociais. Esses elementos podem levar à comparação e a uma percepção de insuficiência, aumentando a sensação de tristeza.
Grupos mais suscetíveis incluem idosos institucionalizados, pessoas que vivem sozinhas, indivíduos em luto ou que enfrentaram traumas próximos ao final do ano. Crianças em instituições e pessoas que passaram por eventos dolorosos nessa época também estão entre os mais afetados.
A principal diferença entre a tristeza passageira e a depressão está na duração e nos impactos causados. A tristeza comum tem início, meio e fim, enquanto a depressão pode durar meses e afetar áreas importantes da vida, como alimentação, sono e relacionamentos. “Se os prejuízos forem persistentes e intensos, é necessário procurar ajuda especializada”, alerta o psicólogo.
Amorim sugere algumas ações práticas para enfrentar a melancolia:
Por fim, o psicólogo reforça que família não precisa ser apenas a biológica; amigos também podem desempenhar esse papel, ajudando a tornar o período mais acolhedor e significativo.