Campinas deu um passo à frente no combate à dengue ao integrar tecnologia, colaboração comunitária e ações educativas em um esforço para conter a escalada de casos da doença. O anúncio das novas estratégias ocorreu nesta quinta-feira (21), com destaque para o uso de inteligência artificial (IA), imagens de satélite e parcerias estratégicas.
Entre julho e outubro de 2024, os casos de dengue aumentaram cinco vezes, subindo de 662 para 3.670 notificações em relação ao mesmo período de 2023. Além disso, há um crescimento expressivo de diagnósticos de chikungunya. Em todo este ano, a metrópole já registrou 120.475 pessoas doentes, com 80 mortes, a pior epidemia da história.
“Ou mudamos nosso comportamento ou vamos sofrer muito. O combate ao mosquito é uma responsabilidade de todos”, alertou o prefeito Dário Saadi durante o evento.
Desde abril, a cidade aplicou mais de 24 mil doses da vacina contra a dengue. No entanto, 40,9% das pessoas aptas ainda não completaram o esquema vacinal, o que preocupa as autoridades. “A dose é segura e essencial para evitar casos graves e óbitos”, afirmou Chaúla Vizelli, coordenadora do Programa de Imunização.
Além das ferramentas tecnológicas, a eliminação de criadouros é indispensável. Um levantamento apontou que 52% dos imóveis visitados estavam inacessíveis, dificultando as ações de controle. Fausto de Almeida Marinho Neto, coordenador do Programa de Arboviroses, destacou: “Sem o esforço conjunto do poder público e da população, não será possível combater a dengue de forma eficaz.”
Com as altas temperaturas e o aumento das chuvas, a Prefeitura estima que a proliferação do Aedes aegypti será acelerada nos próximos meses. Desde janeiro, a Defesa Civil já emitiu 66 alertas de alta temperatura, quase o dobro de 2023.
A união entre tecnologia, ações comunitárias e campanhas educativas será fundamental para prevenir uma nova crise e proteger a saúde da população.