04 de dezembro de 2024
'SEM ARREPENDIMENTO'

Serial Killer fazia selfie nas lápides das vítimas após crimes

Por Luis Eduardo de Sousa | da Folhapress
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução/TV Globo
Em depoimento à polícia, Lima discorreu acerca de seus métodos para cometer os crimes.

A Polícia Civil de Alagoas conduz uma investigação contra Albino Santos de Lima, 42, considerado o maior assassino em série do estado.

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Segundo as investigações, dez homicídios cometidos no período de um ano são atribuídos a Lima, que tem predileção por vítimas mulheres e jovens. Outros oito assassinatos, cujas análises estão em curso, também podem ser de sua autoria. O suspeito agia na capital Maceió.

Os investigadores chegaram até Lima, um ex-segurança penitenciário, após identificarem que todas as vítimas apresentavam perfurações no corpo de um tipo específico de munição. Em posse de gravações obtidas por câmeras de segurança, os agentes chegaram até a casa do suspeito, que confessou os crimes.

Em depoimento à polícia, Lima discorreu acerca de seus métodos para cometer os crimes. O homem agia com frieza. Segundo os policiais, depois de assassinar as vítimas, ele ia até suas lápides e registrava fotografias e vídeos debochando dos crimes cometidos.

O suspeito disse ainda que monitorava suas vítimas pelo Instagram, investigando os trajetos que fariam, onde moravam e ambientes que frequentavam. "Eu fazia uma investigação por conta própria", declarou, destacando que já planejava novos homicídios.

No celular de Lima, apreendido durante sua prisão, peritos encontraram uma lista com nomes que seriam os próximos alvos.

"Ele tinha uma obsessão por pessoas jovens, mulheres, de pele mais escura. Sete das dez vítimas têm esse perfil. A gente acredita que ele possa ter sofrido algum tipo de rejeição e, por isso, ceifado essas vidas", apontou a delegada Tacyane Ribeiro.

A vítima mais recente de Lima é Ana Beatriz dos Santos, 13. A adolescente foi assassinada na noite de 8 de agosto, enquanto caminhava com a irmã por um bairro da capital.

Imagens mostram o suspeito perambulando de roupa preta e boné -traje usado durante as ações- pelas ruas do bairro naquela noite.

"Quando eu soube da notícia, foi como se a pessoa tivesse arrancado o pedaço do meu coração. Eu não estava querendo acreditar que isso tinha acontecido comigo", desabafou Helyzabethe Bezerra Santos, mãe da adolescente, à reportagem do Fantástico. Ana Beatriz foi assassinada na noite do aniversário da mãe.

Os investigadores descobriram que Lima marcava no calendário a data em que deveria cometer cada crime, uma espécie de agenda dos assassinatos.

A pistola encontrada com ele, calibre 380, foi apreendida. Além de ter atuado como segurança penitenciário, Lima é filho de um ex-policial militar.

Ao confessar os crimes, o homem justificou os assassinatos dizendo que "todas as vítimas integravam facções criminosas". Segundo a polícia, nenhuma delas tinha envolvimento com crimes.

"Ele não demonstra nenhum tipo de arrependimento pelo cometimento desses homicídios", concluiu Tacyane Ribeiro.

"A cabeça dele é a cabeça de uma pessoa doente, sociopata. Esse vai ser o caminhar da minha defesa, visto que ele tem direito, mesmo sendo um 'serial killer'", declarou Geoberto Bernardo de Luna, advogado de Lima.

O suspeito já foi indiciado por homicídio qualificado em três dos crimes pelos quais é investigado. A polícia vai reabrir inquéritos antigos de outros homicídios, cometidos desde 2019, para apurar a participação de Lima, que está preso desde setembro.