O Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC), celebrado anualmente em 29 de outubro, é uma oportunidade para aumentar a conscientização sobre essa condição que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. O AVC é uma das principais causas de morte e incapacidade e a educação sobre seus sinais, prevenção e cuidados pode fazer uma diferença significativa na vida de muitas pessoas.
O AVC ocorre quando o fluxo sanguíneo para uma parte do cérebro é interrompido, resultando em danos às células cerebrais. Existem dois tipos principais de AVC: o isquêmico, que representa cerca de 87% dos casos e ocorre devido a um bloqueio na irrigação cerebral, e o hemorrágico, que ocorre quando uma veia se rompe, causando sangramento no cérebro. Ambos podem resultar em consequências severas, incluindo a perda de habilidades motoras, cognitivas, funcionais, desde problemas de fala até a morte.
Reconhecer os sinais de um AVC é fundamental para buscar ajuda imediata. Fraqueza ou formigamento em um lado do corpo, principalmente na face, braço ou perna; alteração na fala ou compreensão; alteração na visão em um ou ambos os olhos; assimetria facial; movimentação da língua; vertigem súbita intensa e desequilíbrio associado a náuseas ou vômitos.
Além disso, outros sintomas podem incluir confusão repentina, perda de equilíbrio ou coordenação, e dor de cabeça intensa sem causa aparente.
A prevenção sempre será a melhor maneira de evitar óbitos e sequelas, afinal o AVC no Brasil mata 11 pessoas por hora. Abaixo listei dicas do dia a dia que você certamente irá minimizar as chances.
Controle da Pressão Arterial: A hipertensão é um dos principais fatores de risco para AVC. Monitore regularmente sua pressão e siga as orientações médicas, jamais descontinue a prescrição médica.
Alimentação: Alimentação rica em variedades e sem ultraprocessados (que são aditivos químicos na composição), diminuição de adição de açúcar, sal e gorduras, certamente vai te ajudar muito.
Mexa-se: Exercícios regulares, as zonas azuis espalhadas pelo mundo, mostram que o se mexer, subir, descer, levantar e sentar, não ficar parado é eficaz, fisicamente, cognitivamente e emocionalmente.
Zero tabaco: O tabagismo aumenta o risco de AVC. Parar de fumar traz benefícios imediatos para a saúde, todos sabem dos malefícios e da necessidade de endurecimento em políticas públicas para a descontinuidade do cigarro, e o Brasil é referência.
Controle do Diabete: Manter os níveis de açúcar no sangue sob controle é essencial para prevenir complicações que podem levar ao AVC.
Limitação do consumo de álcool: O consumo excessivo de álcool pode aumentar a pressão arterial e, em sua consequência, o risco elevado para AVC.
Exames de rotina em dia: Consultas médicas regulares ajudam a identificar e tratar fatores de risco, como colesterol e triglicerídeos. Solicite ao seu médico uma avaliação de suas carótidas, elas causam diminuição de fluxo sanguíneo cerebral, podendo ocasionar acidentes vasculares cerebrais.
Sabemos que idosos não sentem sede, a desidratação deixa seu sangue mais denso, fazendo assim o risco maior de coágulos, aumentando também o risco de AVC. Entendo que muitos devem evitar tomar água à noite, para não ter o trabalho de se levantar, mas a maior parte dos AVC’s ocorre pela manhã, quando estamos mais desidratados.
Se alguém ao seu redor apresentar sinais de AVC, siga estas etapas:
Emergência: Ligue imediatamente para os serviços de emergência. O tratamento rápido é essencial.
Anote o horário: Se possível, anote a hora em que os sintomas começaram. Essa informação é vital para a equipe que irá atender.
Não forneça nada para deglutir, podemos complicar o caso, em sua maioria a deglutição fica prejudicada.
A recuperação após um AVC pode ser um processo longo e desafiador. Os cuidados incluem:
Reabilitação: Programas de reabilitação, que podem incluir fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia são cruciais para ajudar os sobreviventes a recuperar habilidades.
Apoio Psicológico: O AVC pode causar mudanças emocionais significativas. O suporte psicológico é fundamental para lidar com a depressão e a ansiedade.
Acompanhamento médico: Consultas regulares com neurologistas e outros especialistas são importantes para monitorar a saúde e prevenir novos AVCs.
Adaptações no lar: ajustes no ambiente doméstico podem ser necessários para garantir a segurança e a acessibilidade.
Cuidadores: Cuidados diários como a higiene, controle de medicamentos via oral, monitorar e anotar pressão arterial, glicemia e frequência cardíaca são essenciais.
Educação familiar: Informar e orientar a família sobre como cuidar e adaptar a nova rotina no pós-AVC e sobre os sinais de complicações é essencial.
A idade média de AVC no Brasil ocorre cerca de aos 64 anos, porém ela pode acometer qualquer idade. A melhor maneira é sempre minimizar os riscos e cuide-se para ser longevo e ativo.
Edvaldo de Toledo é empresário, enfermeiro, especialista em Gerontologia e Geriatria, Criador da Cuidare e Apresentador do IssoPodAjudar PodCast do Jornal de Jundiaí
(atendimento@edvaldodetoledo.com.br)