Agudos - Uma ação popular ajuizada pelo munícipe Rogério Castro Mota pede a paralisação, já em caráter liminar, de obras de pavimentação feitas pelo prefeito de Agudos (13 quilômetros de Bauru), Fernando Octaviani (MDB), ao lado de uma área inabitada rodeada por terrenos que pertencem a ele próprio. Procurado, Octaviani disse que recebeu com estranheza a ação (leia mais abaixo).
A ação, assinada pelo advogado Jeferson Machado, diz que Octaviani, "ao perder a eleição, ao perder a eleição e saber que não governaria mais o município, aproveitou seus últimos momentos com a "caneta na mão" e, criminosamente, se utilizou da máquina pública para empregar melhorias e valorizar terras de sua propriedade".
São 4 mil hectares de terreno sem nenhuma infraestrutura. Segundo o munícipe, "a área onde as obras estão sendo realizadas não possui qualquer casa, moradores, é desprovida de qualquer comércio ou empreendimento, sendo que em nada serão aproveitadas pela população agudense". A Justiça ainda não proferiu decisão.
Para o advogado Jeferson Machado, que subscreve a ação, "a conduta do prefeito fere de morte princípios da moralidade administrativa e do interesse público, evidenciando flagrante desvio de finalidade e caracterizando crimes de improbidade administrativa e de responsabilidade fiscal. Trata-se de um tapa na cara da população, que, definitivamente, não pode passar impune".
Em nota ao JC, Octaviani disse que recebeu com estranheza a ação e que "a referida obra faz parte de um programa de investimento em infraestrutura do município e visa atender uma demanda histórica de melhoria das condições de acesso e tráfego para moradores".
Segundo o prefeito, "o município prevê um crescimento populacional na área, uma vez que há em andamento a construção de um residencial no local e projeção de outros investimentos semelhantes. A pavimentação, portanto, não apenas atende demandas atuais, mas também prepara a região para a expansão urbana planejada".
Ele diz ainda que "o projeto de pavimentação da 'Estrada Velha', como é conhecida, é estratégico para o desenvolvimento municipal, especialmente na zona rural, onde existe um número considerável de moradores e atividades agropecuárias".