24 de novembro de 2024
OPINIÃO

Quando a IA virar commodity


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A Inteligência Artificial (IA) está proporcionando uma vantagem competitiva sem precedentes para as empresas que a adotam hoje. Com a capacidade de automatizar processos, analisar grandes volumes de dados e prever tendências, a IA está revolucionando indústrias inteiras. Contudo, o cenário está mudando rapidamente. O que hoje é um diferencial estratégico, em poucos anos se tornará uma parte essencial de qualquer sistema, transação ou equipamento. A pergunta que surge é: como empresas e pessoas poderão se diferenciar quando a IA for uma commodity?

Neste momento, as empresas que estão na vanguarda da adoção de IA estão ganhando uma vantagem significativa. Elas conseguem tomar decisões mais rápidas, reduzir custos, personalizar experiências de clientes e otimizar operações com uma eficiência que seus concorrentes ainda não conseguem acompanhar. No entanto, em um futuro não tão distante, a IA deixará de ser uma vantagem exclusiva e se tornará algo comum, presente em todos os negócios e setores.

Quando a IA estiver em toda parte, o que realmente vai diferenciar as empresas não será mais a tecnologia em si, mas como ela será utilizada. A tecnologia será acessível a todos, mas o diferencial estará na capacidade de direcionar essa ferramenta para gerar inovação, resolver problemas complexos e criar valor de maneiras únicas.

E é aqui que o ser humano entra em cena como o grande diferencial. Apesar de todo o poder da IA, a criatividade, o julgamento crítico e a capacidade de entender nuances são habilidades humanas que a IA ainda não pode substituir completamente. A verdadeira vantagem competitiva no futuro será de quem souber combinar o poder da IA com a intuição humana, aproveitando o melhor de ambos os mundos. Aqueles que conseguirem direcionar a tecnologia de maneira mais eficaz, alinhada com objetivos claros e uma visão estratégica, serão os vencedores.

Em um ambiente onde todos têm acesso à mesma tecnologia, a diferenciação virá da liderança, cultura organizacional e capacidade de adaptação. Empresas que conseguirem integrar a IA de maneira inteligente em seus processos, alinhando-a com suas estratégias de negócios e criando uma cultura de inovação contínua, terão uma vantagem sustentável. Isso exigirá líderes que não apenas entendam a tecnologia, mas que também saibam como potencializar o talento humano.

Por isso, à medida que a IA se torna uma commodity, o verdadeiro diferencial será a capacidade de usar a tecnologia de forma criativa e estratégica. O ser humano, com suas habilidades de liderança, inovação e compreensão profunda do mercado, será o fator que definirá o sucesso. Em última análise, a tecnologia por si só não ganha jogos — são as pessoas que sabem como utilizá-la que fazem a diferença.

Elton Monteiro é empreendedor, mentor, investidor e especialista em IA. Mais de 20 anos experiência em tecnologia e inovação