A habilidade de ouvir ativamente, compreender as emoções e perspectivas dos outros, além de responder de maneira que promova conexões tem se tornado um pilar fundamental na liderança contemporânea, especialmente em ambientes organizacionais cada vez mais diversificados e interconectados.
A comunicação empática vai além do simples ato de transmitir informações. Envolve “a capacidade de se conectar emocionalmente com os outros é um dos maiores ativos que um líder pode ter”, segundo o especialista em inteligência emocional Daniel Goleman. As mudanças constantes de cenários, a imprevisibilidade, ambiguidade e complexidade do ambiente cotidiano que passamos a conviver exige agilidade na capacidade de se adaptar às mudanças, tentar entender o outro, bem como enfrentar o desafio de liderar com empatia em meio a uma atmosfera muitas vezes hostil. Para isso é necessário fortalecer o relacionamento e a conexão emocional entre líderes e suas equipes, com a consequente melhora da motivação e produtividade. Líderes que praticam a empatia criam um ambiente onde os colaboradores se sentem valorizados e compreendidos, resultando em um aumento da satisfação e do engajamento.
“Quando os líderes se comunicam de maneira empática, se mostram vulneráveis, compartilhando suas próprias experiências e emoções”, demonstra estudo conduzido pela pesquisadora e escritora Brené Brown. Segundo ela, a vulnerabilidade é a essência da liderança, que não só a humaniza, como também incentiva os membros da equipe a se abrirem, criando um espaço seguro para a troca de ideias e feedback.
Em um mundo corporativo que valoriza cada vez mais a diversidade e a inclusão, a comunicação empática não é apenas uma habilidade desejável, mas uma necessidade. Líderes que abraçam essa prática são mais capazes de criar culturas organizacionais onde todos se sentem respeitados e ouvidos. Patrick Lencioni, autor de “Os 5 Desafios das Equipes”, destaca que “a confiança é a base da colaboração e a comunicação empática é o primeiro passo para construí-la”. É essencial para o trabalho em equipe eficaz, sem a qual qualquer esforço de colaboração tende a ser instável. Nesse contexto, a comunicação empática não só ajuda a estabelecer uma base sólida de confiança, como também possibilita que o líder crie um ambiente de segurança psicológica.
Lencioni enfatiza que a ausência de confiança é um dos maiores obstáculos à coesão das equipes. Quando os colaboradores sentem que podem expressar suas opiniões e vulnerabilidades sem receio, um ambiente de transparência se estabelece, o qual incentiva o comprometimento e a responsabilidade. Cada membro da equipe entende que seu líder e colegas estão dispostos a ouvir e apoiar. Nesse ponto, a comunicação empática atua como um catalisador, possibilitando que o relacionamento interpessoal floresça e que a confiança mútua seja construída de forma sustentável.
A comunicação empática permite que o líder se aproxime de sua equipe com uma postura de escuta ativa, compreensão e reconhecimento das emoções e desafios individuais. Em vez de liderar a partir de uma posição de autoridade rígida ou de expectativas unilaterais, o líder empático promove uma atmosfera onde os membros da equipe se sentem à vontade para compartilhar preocupações, dificuldades e até mesmo falhas, sem medo de julgamentos.
Rosângela Portela é jornalista, mentora e facilitadora
(rosangela.portela@consultoriadiniz.com.br)