21 de dezembro de 2024
OPINIÃO

Variáveis econômicas que induzem os juros básicos


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Na semana passada, o FED – Federal Reserve, Banco Central Americano, reduziu a Taxa Básica de Juros, de 5,25 % a 5,50 %, para 4,75 % a 5,00 % ao ano.

No mesmo dia, no Brasil, o COPOM – Comitê de Política Monetária, do Banco Central, subiu a SELIC – Taxa Básica de Juros, que estava em 10,5 % ao ano e foi elevada para 10,75 % ao ano.

Quando os juros básicos são alterados em um país, para mais ou para menos, ocorrem conforme os indicadores econômicos e, segundo os fundamentos macroeconômicos que, normalmente, indicam a necessidade da decisão tomada pelo colegiado.

Nos Estados Unidos, o país experimenta uma redução na geração de empregos, reflexos de uma desaceleração na atividade econômica e, também, contemporaneamente, uma queda da inflação, portanto, uma decisão acertada diante desse cenário.

No Brasil, se considerarmos que o IPCA –  Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que é o índice oficial da inflação no País, que está em 4,29 %, anualizado, qual seja, de setembro de 2023 a agosto de 2024, portanto, dentro da meta estabelecida de 4,5 % ao ano, o COPOM – Comitê de Política Monetária não precisaria subir os juros como ocorreu.

Analisando, entretanto, os fundamentos macroeconômicos, podemos entender a coerência da decisão de aumentar os juros, vejamos: Quando no segundo trimestre deste ano, o PIB – Produto Interno Bruto, cresceu 1,4 %, superando a previsão do mercado de um crescimento de 0,9 %, os indicadores demonstraram  que o grande impulso adveio dos gastos do governo, em suas despesas o que, inevitavelmente, aquece a economia e tende a acelerar a inflação. Isso ocorre, principalmente,  quando o produto real está muito próximo do produto potencial, que é aquele que utiliza, majoritariamente, os recursos produtivos escassos : capital; trabalho e recursos naturais.

Na condição acima, qualquer esforço  de crescimento econômico, pelo governo tende a resultar em mais inflação e, menos, em crescimento econômico, em decorrência da inelasticidade dos recursos produtivos. Como estamos caminhando para a geração de cerca de dois milhões de novos empregos e, como os investimentos – público e privado – estão aquém dos necessários para o país, não estamos, como deveríamos, ampliando a capacidade produtiva e, lamentavelmente, em consequência, também, não estamos modernizando o parque produtivo do país. Estamos sim, ampliando o “consumo”, ao custo de aumentar a já quase inadministrável dívida interna. É preciso, o quanto antes, corrigir a política econômica do governo.

Messias Mercadante de Castro é professor de economia, Membro do Conselho de Administração da DAE S/A e Consultor de Empresas (messiasmercadante@terra.com.br)