A emergência climática já é uma constante na vida dos brasileiros, com inundações (como a catástrofe no Rio Grande do Sul) e seca, que ameaça a Amazônia e o Cerrado. Com grandes períodos de estiagem, que passam a ser a nova realidade, a Região de Jundiaí precisa ampliar a armazenagem de água e já há projetos em andamento. Sem a ampliação da armazenação, o racionamento é iminente. A outra ponta está no uso consciente de água pelos moradores para que não falte água. Conscientização, maior represamento de água e diminuição do desperdício na rede de abastecimento são fatores-chaves para a sobrevivência futura.
Jundiaí
Em Jundiaí, a maior represa, onde há o Parque da Cidade, opera com nível cada vez mais baixo, por conta do calor e da chuva insuficiente para repor o volume de armazenamento de água do local.
A DAE Jundiaí informa que o abastecimento na cidade segue um planejamento de décadas, e que levou à construção das represas de Acumulação e de Captação, responsáveis por garantir o fornecimento de água mesmo em períodos de estiagem. O sistema conta ainda com as represas do Moisés, no Jardim Samambaia, e da Serra do Japi, no Eloy Chaves, e o Poço Pacaembu. A DAE possui também a outorga do rio Atibaia para captação.
A operação da empresa conta com 59 reservatórios de água tratada distribuídos pela cidade. A DAE está concluindo a construção de mais um reservatório, a ser entregue ainda este ano, no Jardim do Lago.
Já entre as obras para ampliação da segurança hídrica, a DAE informa que está em andamento o projeto para rebaixamento e ampliação da represa de Acumulação. A expectativa é de que a capacidade, atualmente de 9,3 bilhões de litros, chegue a 12,5 bilhões (34%). Para esta obra, a DAE prepara a licitação para o licenciamento ambiental e pleiteia recursos junto ao Banco de Desenvolvimento Fonplata. A previsão é de que o projeto esteja pronto dentro de dois anos.
A DAE também trabalha para a implantação do novo sistema de abastecimento de água no município, que será construído no Vetor Oeste. Atualmente, a empresa realiza o estudo de modelagem econômico-financeira e o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-RIMA). O sistema será formado por três represas (Rio das Pedras, Ribeirão Ermida e Ribeirão Cachoeira) e uma Estação de Tratamento de Água, com capacidade de produção de 370 litros por segundo. A previsão é de que o sistema entre em operação em 2027.
Em Louveira, a Secretaria de Água e Esgoto (SAE), que cuida do abastecimento na cidade, informa que, para os períodos de chuvas intensas, as ações são realizadas em conjunto com a Defesa Civil, que possui um Plano de Contingência, no qual é feito o monitoramento das áreas de riscos, inclusive a represa. Para o período de estiagem, a SAE possui um Plano de Racionamento, que prevê ações de monitoramento das captações superficiais e ações pontuais em casos de eventos mais críticos. Neste ano, somente as ações de monitoramento estão sendo necessárias.
Responsável pelo abastecimento hídrico das demais cidades da Região Metropolitana de Jundiaí (RMJ) - Cabreúva, Campo Limpo Paulista, Jarinu, Itupeva e Várzea Paulista -, a Sabesp informa que, no momento, não há desabastecimento nas cidades mencionadas, mas, como há severa estiagem e altas temperaturas que afetam todo o país, a companhia ressalta que o uso consciente da água é essencial em qualquer época.
De acordo com a empresa, para diminuir os reflexos para a população, a Sabesp investe em seus sistemas e trabalha em conjunto com prefeituras para o aperfeiçoamento da infraestrutura dos municípios. Em junho, foi entregue uma nova captação de água no rio Jundiuvira, além de 24,4 km de adutora, quatro poços e dois sistemas de bombeamento, reforçando em até 70 litros de água por segundo a disponibilidade de atendimento em Cabreúva e Itupeva. A empresa não informou, porém, sobre ações em Jarinu, Campo Limpo Paulista e Várzea Paulista. Em nota recente, a Sabesp pede uso consciente de água nas duas últimas.
Ainda segundo a Sabesp, foi criado também um programa de redução e combate a perdas, que trouxe mais eficiência ao sistema de abastecimento. Ações como pesquisas, reparos, substituição de hidrômetros e ramais, regularização de ligações, entre outras iniciativas, foram intensificadas nesse período.