21 de novembro de 2024
OPINIÃO

Os desafios da comunicação diplomática


| Tempo de leitura: 2 min

A comunicação, de uma maneira geral, vem sendo desafiada continuamente em nome da diplomacia, afinal não queremos ferir suscetibilidades. Estamos diante de um dilema: Sensibilidade Emocional X Consciência Emocional.  A linha entre elas é muito tênue e sutil, mas fundamental para entender como as pessoas reagem e lidam com suas emoções, influenciam o comportamento, as interações sociais e profissionais.

O termo, “geração mi, mi, mi”, é usado de maneira pejorativa para descrever pessoas que são vistas como excessivamente sensíveis, queixosas ou que evitam qualquer tipo de desconforto emocional. É uma crítica comumente direcionada às gerações mais jovens, especialmente à Z e, em alguns casos, à “millennial”. A expressão sugere que eles têm dificuldades em lidar com críticas, frustrações e discordâncias. São pessoas com extrema sensibilidade emocional. Elas se sentem impactadas por eventos, palavras ou circunstâncias que podem se traduzir em relutâncias para lidar com feedbacks, especialmente se forem percebidos como negativo. Situações que outras pessoas poderiam considerar normais ou toleráveis.

As gerações mais jovens tendem a valorizar o bem-estar mental e a saúde emocional, abordando questões como ansiedade, depressão e outros aspectos da vida emocional de maneira mais aberta do que as gerações anteriores. O que é visto como fragilidade por uns, para outros é um avanço no reconhecimento e na abordagem de temas que antes eram tabus.

Já a consciência emocional vai além da simples sensibilidade e envolve a compreensão e gestão das próprias emoções. Trata-se da capacidade de reconhecer, nomear e interpretar as próprias emoções e as dos outros, usando esse entendimento para guiar comportamentos e decisões. Quem tem consciência emocional não apenas sente intensamente, mas também é capaz de controlar essas emoções e entender a origem delas, bem como a maneira como elas impactam suas ações e relacionamentos.

Um dos pilares da inteligência emocional é a consciência emocional, que pode ajudar a equilibrar a sensibilidade emocional. Pessoas conscientes emocionalmente conseguem responder de maneira mais equilibrada, mesmo em situações emocionalmente desafiadoras. Elas não apenas sentem, mas sabem como transformar essas emoções em ações construtivas. 

Enfrentar esta dinâmica é um desafio tanto para cidadãos quanto para o mundo corporativo. A comunicação assertiva é essencial para promover o entendimento entre pessoas, equipes e os diversos grupos que nos relacionamos cotidianamente. Evita ambiguidades, o que é crucial para reduzir reações exageradas a pequenos contratempos ou críticas. Muitas vezes, o "mi, mi, mi" surge quando a comunicação é confusa ou indireta, levando a mal-entendidos que aumentam a sensibilidade emocional das pessoas.

Sensibilidade emocional e consciência emocional não são opostos, mas estágios diferentes de desenvolvimento emocional. Alguém pode ser extremamente sensível e, ao mesmo tempo, ter uma alta consciência emocional. O desafio está em controlar a reatividade que vem com a sensibilidade, aprendendo a usar a consciência para canalizar essas emoções de maneira produtiva.

Rosângela Portela é jornalista, mentora e facilitadora (rosangela.portela@consultoriadiniz.com.br)