Faltando um mês para o término do prazo de 120 dias de auditoria das contas do Paulista, o empresário Pedro Mesquita, CEO da Exa Capital, está prestes a efetivar - ou desistir - a compra de 90% das ações do clube, tornando o Galo uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
Pedro Mesquita iniciou o processo da compra em junho e está na fase de averiguação das contas do clube e, depois, da renegociação das dívidas. Terminado esse período, caso a proposta seja positiva para o fundo de investimentos, o Conselho de Administração do clube votará pela aprovação ou não da venda. Em dezembro de 2022, o conselho do Paulista aprovou a transformação do tricolor em SAF em votação unânime.
O gestor contratou advogados para diagnosticar a situação do clube em relação às dívidas e observar possíveis problemas e soluções. Mesquita também ressaltou que o valor a ser investido vai depender das análises das contas.
Na entrevista coletiva concedida à imprensa, durante a apresentação do gestor em junho, Mesquita revelou que o clube tem uma dívida que beira os R$ 50 milhões e, em contrapartida, uma receita anual que não chega a R$ 1 milhão.
Também na coletiva, o investidor falou que se trata de um projeto de longo prazo e fez planos para o futuro. “Tenho certeza que daqui a quatro meses vamos comemorar a efetivação da SAF e já com um planejamento a longo prazo montado. Para mim, isso é um projeto de pelo menos 10 anos. Contratei o Paulo André, ex-zagueiro e ex-Diretor de Futebol do Cruzeiro durante o processo da SAF, para ser meu consultor esportivo durante esse processo e, provavelmente, ele será o consultor esportivo do Paulista no futuro”, disse, na época.
Apesar de tratar o negócio com muito otimismo e entusiasmo, o empresário manteve os pés no chão e fez questão de reforçar que o acordo não estava fechado.
OUTROS PROJETOS
Antes de colocar os projetos dentro das quatro linhas no papel, o primeiro passo de Pedro Mesquita, se houver a efetivação da compra, será a renegociação das dívidas. “Uma renegociação é essencial para o projeto acontecer, porque precisamos honrar com todos os nossos compromissos e voltar a investir no campo para que o Paulista volte a ser protagonista. É um processo de longo prazo, não esperem milagres e nem que vamos fazer tudo do dia para a noite. Os planos são ambiciosos, mas os pés estão totalmente no chão”, afirmou o empresário.
Outro plano que o investidor tem em mente é de devolver o clube à elite do futebol paulista em cinco anos. Se a compra for concretizada, o executivo quer trabalhar para devolver o Paulista à primeira divisão estadual e, pelo menos, na Série B do Campeonato Brasileiro. “A gente tem que sonhar alto, mas sem deixar de ser realistas. Essa seria uma meta viável. Futebol é muito subjetivo. Se eu for perfeito, em cinco anos estamos na primeira divisão”, disse em entrevista ao Estadão.
O plano mais ousado apresentado pelo investidor durante a entrevista coletiva foi o interesse na construção de um centro de treinamento em Jundiaí. “A construção de um centro de treinamento e o trabalho de formação de atletas é o que mais gera receita ao longo prazo. Eu não acredito em nenhum projeto onde a categoria de base não seja o centro. O Paulista só vai conseguir se diferenciar dos seus concorrentes, se tiver uma categoria de base competitiva. Todo esse diagnóstico de futuro estará dentro do nosso projeto e vai depender muito da capacidade que teremos de gerar receita dentro do próprio clube”, explicou o empresário.