Obsessão é a ação persistente ou domínio que alguns Espíritos exercem sobre certas pessoas. Como todas as enfermidades e tribulações da vida, ela deve ser considerada uma prova ou expiação e como tal aceita. É praticada por indivíduos inferiores, que procuram dominar, pois os bons não impõem nenhum constrangimento. Um dos caracteres distintivos dos maus Espíritos é a imposição; eles dão ordens e querem ser obedecidos; os bons nunca se impõem; dão conselhos, e, se não são atendidos, retiram-se.
Todos sofremos algum tipo de obsessão, em menor ou maior grau, podendo ocorrer de desencarnado para encarnado e vice-e-versa, de desencarnado para desencarnado e de encarnado para encarnado. Ela apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais. Os graus são, a obsessão simples, que é ação inoportuna e desagradável, em que um Espírito se agarra à pessoa com tenacidade, causando mal-estar generalizado. A fascinação é uma ilusão produzida diretamente na mente do obsidiado como ideias fixas, imagens hipnotizantes, mágoas, fantasias etc., sendo que nesta situação, o obsessor é ardiloso e hipócrita, simulando falsa virtude. E por último a subjugação, que é uma constrição, moral ou física, que paralisa a vontade do que a sofre e o faz agir a seu mau grado.
As causas mais comuns das obsessões são, a vingança pessoal, que se toma de um indivíduo de quem o obsessor guarda queixas, seja da sua vida presente ou de outra reencarnação. Prazer em fazer o mal, quando o Espírito que sofre deseja ver também os outros sofrerem e com isso sente certa satisfação por não se sentir sozinho em seu sofrimento. Por ódio ou inveja do bem, em que o obsessor procura desvirtuar todos aqueles que acenam para o progresso espiritual, arrastando-os ao mal e tentando os fazer fracassar. E, por ideologia ou causa contrária, quando um Espírito ataca alguém não por motivação pessoal (nada diretamente contra a pessoa obsedada), mas porque sua presa pertence ou está associada a um determinado grupo ao qual o obsessor é antipático.
Do mesmo modo que as doenças resultam das imperfeições físicas, que tornam o corpo acessível às influências perniciosas exteriores, a obsessão é sempre o resultado de uma imperfeição moral, que dá acesso a um Espírito mau. Assim, a principal maneira de prevenir as obsessões é nos tornarmos pessoas melhores, evoluirmos moralmente. Para isto, basta fazermos o bem e não o mal, praticarmos o amor tão ensinado por Jesus, fazendo aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem. Neste princípio encontramos uma regra universal de proceder, mesmo para as nossas menores ações. Outras medidas são o conhecimento, a assistência espiritual, o passe e a água fluidificada oferecidos na Casa Espírita, além da prece e prática do Evangelho no Lar. Em suma, a educação e o progresso moral com a mudança de postura, são a chave para a desobsessão.
Eduardo Battel é médico urologista, expositor Espírita e Coordenador da Liga de Medicina e Espiritualidade da FMJ (ebattel@hotmail.com)