Fazendo história nas Olimpíadas de Paris, a ginástica artística também lapida talentos em Jundiaí e trabalha para formar novas “Rebecas Andrade”. Com cerca de 42 atletas e mais de 10 polos na cidade, entre centros esportivos, academias particulares e escolas, as pequenas ginastas carregam o sonho de se tornarem novas campeãs olímpicas.
Inspiração para milhares de meninas, Rebeca Andrade se tornou um dos maiores símbolos do esporte brasileiro após conquistar quatro medalhas nas Olimpíadas de Paris, sendo uma de ouro, desbancando a norte-americana Simone Biles, considerada uma das maiores ginastas da história.
Essa conquista e todo sucesso da brasileira nos pódios de Paris fez com que a ginástica artística fosse ainda mais reconhecida e procurada. E em Jundiaí não foi diferente. “Tem dia que eu não consigo nem dar aula de tanta gente que vem perguntar sobre as vagas”, disse a professora Cristiana Miyamoto, que dá aulas no Bolão para atletas do Time Jundiaí.
MOTIVAÇÃO
A pequena ginasta Laura, de 9 anos, faz parte da turma de pré-treinamento do Time Jundiaí e conheceu a modalidade após assistir à apresentação da Rebeca Andrade na televisão, nas Olimpíadas de Tóquio, em 2021. “Eu fazia jazz na minha escola, mas quando vi a apresentação de ginástica artística na Olimpíada de Tóquio pedi para minha mãe me colocar nas aulas. Ela me matriculou na aula do Bolão e hoje faço parte da turma de competição de Jundiaí”. A atleta revelou que seu sonho é ser como a Rebeca Andrade e já mostrou que tem a chave para o sucesso. “Tem que ter dedicação, força, equilíbrio, flexibilidade e concentração”, completou a ginasta.
Assim como Laura, a jovem Lorena, de 9 anos, também se apaixonou pela modalidade e quer seguir os passos das grandes medalhistas olímpicas. Fã de Rebeca Andrade, Simone Biles e toda equipe brasileira que conquistou o bronze, a pequena ginasta deu os primeiros passos artísticos no balé, mas se encontrou na ginástica. “Comecei a fazer aulas de balé aos 5 anos, mas a professora dizia que eu era muito agitada e indicou para a minha mãe que eu fizesse ginástica. Fiz minhas primeiras aulas no centro esportivo Benedito de Lima e participei de uma competição no Bolão, onde fui vice-campeã. Depois disso, um dos professores me indicou para a técnica Cristiana e comecei a treinar com a equipe competitiva”, disse a atleta.
Laura e Lorena são apenas dois dos jovens talentos da nova geração da ginástica de Jundiaí. De acordo com Cristiana, várias atletas com muito potencial já passaram pela cidade. “A ginástica é uma modalidade extremamente precoce. Quando uma atleta tem um potencial, tanto físico como cognitivo, isso é perceptível desde muito cedo. Aqui em Jundiaí nós temos turmas de iniciação, pré-treinamento e treinamento, e tenho consciência que, com uma estrutura de prefeitura, não posso oferecer o alto rendimento para as ginastas, apenas o trabalho de base e formação. Então, quando observamos que uma ginasta está se sobressaindo nos treinamentos, eu sento para conversar com os pais para indicar que essa atleta faça testes em clubes referências da ginástica, como Pinheiros e Flamengo, para que ela possa ser lapidada e alcançar todo seu potencial”, explicou a treinadora.
Com esse trabalho de formação, Jundiaí participa de competições regionais e estaduais com todas as turmas, para que as ginastas tenham a oportunidade e a experiência de lutar pelo pódio. “Em cada turma, da iniciação ao treinamento, participamos de competições em todo o Estado de São Paulo. Cada equipe compete dentro do nível que está inserido e todas as ginastas têm oportunidade de viver essa experiência de competição, brigar por medalhas e sentir a sensação de apresentar todo treinamento que realizado durante as aulas”, disse Cristiana.
AULAS
A ginástica artística é uma das modalidades com maior procura entre as escolinhas oferecidas pela Prefeitura de Jundiaí. No momento, é oferecida nos Complexos Esportivos Romão de Souza, Dal Santo, Siqueira Neto, Benedito de Lima, Antonio de Lima, José de Marchi, e Vanderlei Sperandio, além das Unidades de Apoio Cecco Vila Marlene e Casa da Fonte, no Novo Horizonte.
São cerca de 630 alunos, entre meninos e meninas, a partir dos 6 anos, com atividades duas vezes por semana. Para se inscrever e participar das aulas, os interessados devem procurar o complexo esportivo mais próximos sempre no início de cada ano e tentar uma vaga. No momento, todas estão ocupadas, com fila de espera.
No Bolão, o treinamento é exclusivo da equipe de competição da cidade, uma espécie de seleção dos melhores dos complexos esportivos.