23 de dezembro de 2024
OPINIÃO

Uma nova onda!


| Tempo de leitura: 3 min

Gosto do mar, gosto de como ele se comporta e todo o seu movimento. Ver as ondas, as marés, a força das águas, a capacidade de absorver e também de repelir.

Acho interessante como os pescadores sabem o melhor momento do mês e do ano para pescar o tipo de peixe que quer assim como acho extraordinário os “locais” saberem os horários e tipos das marés.

Me impressiono também em como os surfistas sabem tirar proveito das ondas e quanto mais brava melhor o potencial da acrobacia e a performance do atleta.

Normalmente como turistas não temos tanto conhecimento do mar, apenas o enxergamos como fonte de diversão e refrescância em dias de calor mas gosto de olhar para o mar e pensar nas lições que ele nos traz.

Quando criança lembro de minha tia me ensinando uma canção que diz que somos um barquinho no mar a vagar, essa canção até hoje está em minha memória e por vezes saio cantarolando-a.

Penso que podemos comparar o funcionamento da nossa vida como o funcionamento do mar, as marés, as ondas e todo o seu comportamento que não é diferente do que se passa conosco.

Há momentos em que a maré está baixa e em outros está tão alta que falta espaço, assim como na nossa vida existem tempos em que estamos com tudo bem e tudo em ordem e há momentos de baixa onde parece que tudo está distante e que não teremos mais tanta alegria.

Logo quando chegamos à praia é possível perceber se as ondas estão mais fortes ou mais tranquilas, quando estão tranquilas desfrutamos em segurança mas quando estão fortes nem olhar para o mar arriscamos. Também em nossa vida queremos desfrutar de ondas mais calmas onde a preocupação quase inexiste e os momentos de impetuosidade das mesmas são por nós evitados e até desprezados.

As mesmas ondas têm o poder de levar e trazer de volta todas as coisas e como é lindo poder ver as conchas que pela manhã estão na areia trazidas pelo mar onde muitos as coletam como algo valioso a se guardar e em outras vezes vemos o que o mar pode levar nessas idas e vindas como o lixo e semelhante a isso nossos ouvidos, boca e coração levam e trazem muitas coisas mas diferente do mar temos a possibilidade de escolher o que queremos levar e trazer de volta. 

A grande verdade é que ninguém pode controlar as marés ou ainda a força das ondas que por muitos fatores se alteram e tudo isto não está debaixo da autoridade de ninguém senão apenas de Deus assim como nossa vida em seus dias de calmaria e de calamidades.

Dentre as lições que aprendi ao observar o mar é que sempre pode-se tirar o melhor proveito dele em qualquer tempo assim como na vida, tudo depende de como você o encara e lida com ele.

Para o banhista as ondas tranquilas garantem segurança e diversão, para o surfista as ondas mais agitadas e fortes garantem adrenalina e aprimoram suas habilidades, para o pescador tanto a maré alta e a baixa são boas dependendo de qual peixe deseja fisgar mas para o banhista a maré mais baixa é melhor pois lhe dá mais faixa de areia para se divertir.

A questão não é a força das ondas e nem o momento das marés e sim como cada um aproveita isso.
O momento em que nós estamos vivendo deve sempre nos proporcionar a oportunidade de tirar o melhor proveito seja para deleite ou para fortalecimento de nossas habilidades e capacidades.

Os melhores marujos são forjados nas mais duras tempestades, os melhores surfistas tiram das ondas fortes suas melhores notas em manobras e a melhor maré para pesca sempre será determinada pelo tipo de peixe que se quer pescar.

Aproveite o mar, aproveite a próxima onda e lembre-se de que quem controla o mar é Deus que nos dá a chance de se deleitar, fortalecer ou aprender neste mar chamado vida.

Deus te abençoe!

Daniel Antonio é pastor (daniel.antonio@nazareno.com.br)