23 de novembro de 2024
OPINIÃO

A receita perfeita para dissolver a consciência


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O que seria de nós sem o Google Maps ou Waze ou outros aplicativos de localização disponíveis no Brasil e no mundo. Cada um deles atende a diferentes necessidades de navegação, transporte e entregas. São ferramentas essenciais para facilitar o dia a dia do cidadão. Sem uma direção correta, é fácil perder o rumo, recursos e tempo. Isso pode ser particularmente perigoso em ambientes desconhecidos ou desafiadores, pode nos induzir a erros de percurso que aumentam os riscos de acidentes, lesões ou até mesmo situações de vida ou morte.

Os aplicativos usam bússola digital que fornece informações de direção aos usuários, permitindo uma orientação mais precisa. "Se não se sabe aonde quer chegar, qualquer caminho serve", diz o gato no diálogo famoso do livro "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carroll. Essa premissa pode ser utilizada, na vida pessoal ou profissional, nas lideranças, organizações e até no comportamento humano, que parece estar usando uma bússola desmagnetizada. Sem direção, autodomínio, sem se conhecer com profundidade, torna-se escravo da mente, e de suas reatividades emocionais, diz o livro Força & Poder do Dr. David Hawkins, psiquiatra, médico, pesquisador, professor espiritual e autor de renome internacional. 

Imediatismo, consumo fugaz, distanciamento físico (a preferência, hoje, são os meios de comunicação via mensagens digitais). O cotidiano com infindáveis tarefas, o corre-corre, o trânsito, o WhatsApp que a cada segundo nos chama para uma resposta imediata, sem falar das outras mídias sociais que também requerem atenção quase que instantânea são a receita perfeita para o impedimento ou dificuldade para o pensamento reflexivo, levando a dissolução da consciência, constata o pesquisador.

A sociedade contemporânea busca por gratificação imediata, reage impulsivamente, sem reflexão ou autocontrole sobre si mesmo como uma forma de escapar das armadilhas da mente reativa e da cultura do imediatismo, crítica Dr. David R. Hawkins. Ainda, segundo o psiquiatra, “dependendo do seu nível de consciência, você tem um estado emocional predominante... Basicamente o seu nível de consciência é a sua realidade, é ele influencia o seu pensar, suas ações, suas emoções e o que você atrai na vida.” 

Temos presenciado uma sociedade reativa, inerte, reclamona, vitimista, com foco nos problemas e não nas oportunidades; ligadas nas distrações com superficialidades e entretenimentos fúteis que segue a multidão, sem propósito e direção na vida, afirma Dr. Hawkins.  “Traumatizado, só pensa em si mesmo (sem consciência dos outros), preso ao passado, rigidez (preso às mesmas ideias e modo de ser), racionaliza sua situação de mediocridade, inautenticidade, vivendo uma vida abaixo do seu potencial, características dos níveis energéticos negativos”, prossegue ele. Para concluir, o cientista sugere como solução a mudança ou transformação da consciência. “Se não gostamos do que está acontecendo conosco ou no mundo, tudo o que temos a fazer é mudar nossa consciência, e o mundo lá fora mudará para nós. A energia que você irradia é a realidade que volta a você (semelhante atrai semelhante). Cada nível de consciência experiencia um mundo diferente. Você experimenta o mundo não como ele é, mas como você é. O interior colore o exterior.” Vamos tentar?

Rosângela Portela é jornalista, mentora e facilitadora (rosangela.portela@consultoriadiniz.com.br)