16 de julho de 2024
TECNOLOGIA

Grupos indesejados se espalham sob promessa de renda extra

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Ilustração
WhatsApp apresentou, na terça-feira (9), cartão com contexto sobre grupo, logo após o usuário ser adicionado

Cresce na internet o número de relatos sobre a inclusão indesejada em grupos no WhatsApp. Os convites de surpresa, em geral, envolvem venda de produtos, divulgação de jogos online como "tigrinho" ou promoção eleitoral.

A Folha encontrou no Discord canais que orientam os usuários a criarem tais grupos e adicionar centenas de contatos listados em planilhas, em troca de pagamentos de R$ 20 a R$ 60 anunciados como "renda extra". O esquema se apoia em lista de telefones vazadas na internet e pode atingir até 1.024 pessoas por vez.

Um dos grupos diz que o "mentor" fica com 50% do lucro, o que sugere que há ainda um contratante externo. A prática é chamada na internet de "método".

Em resposta às reclamações de usuários, o WhatsApp passará, a partir desta terça-feira (9), a dar mais informações sobre os grupos, quando a inclusão partir de um estranho (ou uma pessoa cujo o telefone não esteja salvo).

Um balão avisará quem adicionou você, há quanto tempo o grupo foi criado e quem é o "dono". Segundo a Meta (dona do WhatsApp), parte dos usuários já tem acesso à ferramenta, que estará disponível a todos "nas próximas semanas".

O WhatsApp quer separar o joio do trigo. Essa ferramenta "ajudará os usuários a permanecerem seguros em mensagens de grupo", diz o aplicativo em comunicado.

"A partir dessas informações, o usuário pode decidir se deseja permanecer ou sair do grupo e revisar algumas das ferramentas de segurança disponíveis para se manter seguro no WhatsApp", diz a empresa em comunicado.

PRIVACIDADE

O WhatsApp lembra que oferece outros recursos de segurança, como silenciar chamadas desconhecidas para evitar ligações de estranhos, conversas protegidas por senha, controle de privacidade no aplicativo e configurações de quem pode adicionar você a grupos.

ALERTA

Cresce na internet o número de relatos sobre a inclusão indesejada em grupos no WhatsApp. Os convites de surpresa, em geral, envolvem venda de produtos, divulgação de jogos online como "tigrinho" ou promoção eleitoral. Segundo o WhatsApp, o recurso de segurança já é aplicado em conversas individuais. O usuário sempre recebe informações sobre a origem do telefone, quando o contato não está salvo.

O Brasil é líder mundial em fraudes no WhatsApp, com 76 mil golpes identificados pelo antivírus Kaspersky só no aplicativo. Os usuários têm opções para se proteger no próprio app, como autenticação em duas etapas, recursos de privacidade e de recuperação de conta.

A Meta - holding dona de WhatsApp, Facebook e Instagram - lançou uma central de segurança que reúne dicas para evitar golpes e spam no aplicativo.

AUTENTICAÇÃO DE

DOIS FATORES

A confirmação em duas etapas é um recurso opcional do WhatsApp para prevenir o extravio da conta. Ela é importante, por exemplo, nos casos em que criminosos invadem o aplicativo por meio de um código de acesso enviado.

O usuário pode criar uma senha numérica adicional, pedida pelo WhatsApp, que será pedida após a confirmação do número de telefone.

O aplicativo pede diversas vezes que o usuário insira o código de acesso escolhido para ter acesso ao WhatsApp e, dessa maneira, não esquecer a senha.

RECUPERAÇÃO DE CONTA

Quem já tiver perdido a conta pode tentar recuperá-la. É só acessar o WhatsApp novamente e adicionar o código de confirmação enviado via SMS. A pessoa que roubou a conta será desconectada automaticamente.

Também pode ser necessário informar um código de confirmação em duas etapas. Se você não souber essa senha, é possível que o invasor da conta tenha ativado a confirmação em duas etapas.

Nesse caso, o usuário precisa aguardar sete dias para conseguir acessar a conta sem o código de confirmação em duas etapas. Para isso, é necessário clicar em "Esqueceu o PIN?", e pedir que o código numérico seja reconfigurado no próprio aplicativo.