22 de dezembro de 2024
OPINIÃO

Gente de fé


| Tempo de leitura: 2 min

Desde que a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada, por três pescadores, nas águas do rio Paraíba do Sul, a manifestação da presença de Deus se fez presente em todos nós, na devoção à “Mãe Negra”. Os milagres aconteciam e se sucediam. Desde então, romeiros de todo o Brasil busca as bênçãos da Santa. Os peregrinos e cavaleiros fizeram a nossa região tornar-se um ninho de fé. No dizer do tradicional cavaleiro Tuto Fabricio, um dos mais fervorosos romeiros que se conhece, a cocheira é porta aberta a todos que professam a santa romaria para revelar sua eterna gratidão divina.

Lá na bucólica Roseira, a parada obrigatória se estende pelas terras de Mingo Fonte Basso. Ex-vereador da cidade, com trabalho honesto, o caro Mingo nunca esqueceu suas origens. Sempre acolhedor, o local é abrigo de prestígio entre os romeiros. O famoso e tradicional Rancho 1/2 Boca, da maior cavalgada já vista em nossas terras. Famílias tradicionais da cidade se confundem à Romaria, e contam a sua história no chão batido da estrada, passada de geração a geração. De avôs a netos e bisnetos: os Lacerda, Durigon, Oliveira, Sudatti, Gut, Toledo Pontes, França Silveira, Nogueira, Borin, Fontebasso, Bardi, Balestrim, Mingotti, Sciamarelli, Rodrigues De Oliveira, Ladeira, Marques,  Marquesin, Roveri, Castro, Paula Bueno, Pincinatto, Segre, Barlera, Costa, Galvão, Fernandes (Bananeiros), Fonseca, Tega, Conde, Fabricio, Guim, Chechinatto, Crispim, D’angieri, Trigo, Pires, Soares De Oliveira, Viccari, Andreazi, Biazotto, Biasim, Sacramoni, Frigieri, Campanaro, Scali, Zambom, e tantas outras famílias que contribuíram em manter esta santa tradição.

Na verdade, são as romarias que consagram o lugar santo. Com seu grande companheiro, um cavalo, cavalgavam por entre caminhos bucólicos e lugares encantados pela natureza, sempre mandando mensagens de fé e na certeza da companhia de Nossa Senhora. Atilio D’Angieri Neto, médico veterinário, o Tioca, é fervoroso devoto. Percorremos na vida muitos caminhos. Como cantou Zé Ramalho: é preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir, foi assim que compreendi a paixão dos estimados amigos, Pascoal Suenson, Getulio Nogueira de Sá e Orlando Gazzola.o homem mais doce. Pascoal, em sua vivenda campestre, há um pequeno santuário dedicado a Santa que se destaca, por entre frondosas palmeiras, forte símbolo de submissão a sua vontade divina. Getulio nunca perdeu uma só romaria. Orlando Gazola, de caminhoneiro transportador de bois, pelos sertões deste país, a empresário de sucesso em sua cidade natal, não deixa de um dia sequer, pelas manhãs e ao entardecer de agradecer sua benção. Diz Gazola que não basta orar, tem de agir com fé e bondade.

Entretanto, há de se enfrentar qualquer desafio, para se sentir o bálsamo e o prazer da luz desta estrada santa, que leva ao coração, a nossa maior fé. Buscamos, ajoelhados, a benção de nossa santa Mãe Negra. Temos que cumprir esta missão, porque esta missão somos nós em vida. Dedico o artigo de hoje ao nosso homem mais doce, Orlando Gazola.

Guaraci Alvarenga é advogado (guaraci.alvarenga@yahoo.com.br)