16 de julho de 2024
ELEIÇÕES 2024

Oposição, Ricardo Bocalon foca em educação, saúde e cultura

Por Marcela Franco | Jornal de Jundiaí
| Tempo de leitura: 6 min
Divulgação
Ricardo Bocalon, que é pré-candidato a prefeitura de Jundiaí pelo PSB, em entrevista à Rádio Difusora

Ricardo Bocalon, pré-candidato à Prefeitura de Jundiaí pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), participou ontem (14) do programa "Difusora 360", da Rádio Difusora Jundiaí. Durante a entrevista, ele apresentou suas propostas e afirmou que sua governança integrará a cultura com as demais áreas. Bocalon foi prefeito de Itupeva de 2013 a 2016 e Secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo em 2018. “Jundiaí não tem acesso à cultura, a lazer, a um segundo turno de escola”, afirmou.

Questionado sobre seu recente retorno ao PSB, Bocalon mencionou que o convite partiu de Geraldo Alckmin, vice-presidente da República, e Márcio França, ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. “Essa candidatura não é um projeto regional, não é só meu, na verdade é um projeto nacional. A ideologia do PSB é uma com a qual eu me identifico e me representa”, afirmou. “Márcio França é entusiasta dessa pré-candidatura, o Alckmin é entusiasta dessa pré-candidatura, porque Jundiaí é uma cidade importante para o Estado de São Paulo, Jundiaí é uma referência para o Brasil e o nosso campo progressista precisava ter candidato aqui, a gente precisa discutir, a gente precisa ter oposição em Jundiaí”, concluiu.

Bocalon comentou a respeito de seu posicionamento progressista, citando ter sido coordenador e também diretor estadual do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP). “Sempre militei, sempre estive nesse campo progressista, e me orgulho muito de estar nele, porque acho que temos uma diferença muito grande dos conservadores, além do autoritarismo que eles têm. A gente aqui é sensível, humanista, o ser humano é o que mais importa para a gente.”

Bocalon afirmou que se inspira no modelo de governança do presidente Lula (PT). “Acho que todo governo tem problema, não adianta achar que tudo é lindo, tudo é melhor. Mas gosto desse formato de governo preocupado com as questões sociais, um governo que não é racista, que não é xenofóbico, que respeita todas as expressões, seja religiosa, seja da questão sexual. O governo Lula é um governo respeitador”, disse.

Ele também criticou o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, que governou o Brasil pelo PL de 2018 a 2022. “Nós passamos quatro anos de um governo de direita conservador do Bolsonaro, que, inclusive, Luiz Fernando, atual prefeito de Jundiaí, e o outro candidato, José Antonio Parimoschi, representam hoje na cidade. Foi um governo de quatro anos que acabou com a cultura, que acabou com a questão social do país, cinema e esporte. Então, não consigo ser a favor de algo assim, de um projeto desse.”

Sobre a avaliação do atual governo municipal, Bocalon reconheceu alguns avanços, como o Hospital São Vicente, que ele considera um projeto “bem-sucedido” e que pretende manter e melhorar. No entanto, destacou divergências em outras questões: “O governo precisa estar pronto para cuidar daqueles que mais precisam. É lógico que ele tem que trazer investimento, indústria, trabalhar a cidade como um todo e não só para uma fração da população.” Bocalon acredita que Jundiaí é muito centralizada e que é preciso descentralizar.

Durante a entrevista, Bocalon foi questionado sobre uma dívida de R$ 213 milhões deixada em Itupeva durante seu mandato. Ele contestou o valor, alegando não ser verdadeiro, mas não detalhou, sugerindo que os munícipes verificassem no Tribunal de Contas. O Jornal de Jundiaí entrou em contato com o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) e identificou que, durante seu mandato, o parecer de 2013 foi favorável, mas nos anos seguintes foram desfavoráveis.

Bocalon defendeu suas ações. “Fala-se muito da dívida de Itupeva, mas não se fala do que eu fiz lá. Eu fiz questão de dar dignidade. Fiz três escolas integrais. Fiz uma ciclovia que Jundiaí não tem, inclusive tem 18 km de ciclovia. Não deixei faltar nada na cidade. E tem outra coisa, prefeitura não é banco para guardar dinheiro. Tem que investir dinheiro no cidadão. Eu levei 65 empresas para lá, e tive um orçamento de 200 milhões. Hoje, o orçamento da cidade é de R$ 565 milhões, é uma das cidades mais ricas da região per capita.”

Questionado sobre o espaço para a oposição em Jundiaí, Bocalon afirmou que acredita em um diálogo amplo: “O que acredito é que temos aí 40% da cidade que é progressista, que votou no campo progressista. Então, você tem um número redondo de 60 a 40. Quero dialogar com todos, mas é lógico que esses 36, 37% que votaram no Lula e no Haddad estão mais dispostos a nos ouvir. Dependendo de como nos apresentarmos, eles podem votar na gente. E isso nos levaria para um segundo turno, e tenho certeza que vai levar.”

PLANO DE GOVERNO
Bocalon afirmou que quer um município de igualdade. “Vou bater muito nessa tecla porque acredito nisso. Vou governar para que as pessoas possam almoçar todos os dias, para que as crianças almoçam todos os dias na escola, independente de sua idade escolar. Garantir a refeição de todas as crianças. Garantir que as pessoas possam ter teatro, cinema. Governar dessa forma para as pessoas, cuidando para que Jundiaí possa ser sempre uma cidade que atrai indústrias, gera renda e emprego, com desenvolvimento econômico equilibrado com o desenvolvimento social.”

Sobre a educação, Bocalon destacou a importância do projeto Jundiaí Cidade das Crianças e propôs a construção de novas escolas e parcerias para atender as 900 crianças sem vaga em creches. “Construir pelo menos duas creches no município, ampliar o convênio, fazer creches para reduzir essa demanda em até 70%, com investimento, construção de creches e parceria com o governo federal.”

Ele também falou sobre municipalizar o fundamental 2, do 6º ao 9º ano, devido à preocupação dos pais com a qualidade da rede estadual. “O Estado vem sucateando a escola ao longo do tempo. O atual governador agora está querendo privatizar a Escola do Estado, o que é um absurdo. Precisamos estudar absorver até o 9º ano no município. E também o contraturno escolar, com atividades culturais em outro período.”

Na área da cultura, Bocalon afirmou: “A cultura cria sensibilidade e desperta o ser sensível de cada um. Um menino que sabe tocar violão, uma menina que faz balé, um menino que está aprendendo a tocar bateria, ele muda, ele muda até a família dele. Acredito que a cultura é um resgate social, o verdadeiro resgate social é pela cultura, porque ela é junto com a educação.”

Sobre a segurança pública, Bocalon vê a segurança como um conceito amplo: “Um bairro bem iluminado, uma área de lazer bem iluminada é uma questão de segurança. A comunidade ocupa essas áreas, o que aumenta a segurança.”

Na área da saúde, Bocalon quer reduzir o tempo de espera por consultas eletivas, inspirado no projeto do Corujão de João Dória. “Queremos fazer mutirões para diminuir a fila em Jundiaí.”

Quanto à moradia popular, Bocalon falou sobre parcerias com o governo federal para expandir programas habitacionais em Jundiaí. “Foram oito anos sem habitação popular, o último prefeito que construiu foi Pedro Bigardi, que apoia minha candidatura. Trabalharemos com o Minha Casa Minha Vida e com a Caixa Econômica Federal para garantir que as pessoas possam comprar seu apartamento ou casa própria.”

Por fim, ele expressou a esperança de que o campo progressista vença para melhorar a qualidade de vida das pessoas de Jundiaí.