16 de julho de 2024
MEIO AMBIENTE

De arborização a usina fotovoltaica: RMJ define planos ambientais

Por Nathália Sousa |
| Tempo de leitura: 6 min
Divulgação
Plantio de mudas feito por Várzea Paulista às margens do Rio Jundiaí

A questão climática é uma emergência já há algum tempo e a situação mundial se mostra cada vez pior, com tragédias naturais se multiplicando e temperaturas mais altas ano a ano. Inclusive, a Semana do Meio Ambiente, que aconteceu entre 31 de maio e 5 de junho neste ano em todo o planeta, teve como tema a restauração de terras, desertificação e resiliência à seca. A nível municipal, o que se pode fazer é pouco, mas, como toda ação conta, as cidades da Região Metropolitana de Jundiaí (RMJ) enviaram ao JJ seus planos de mitigação de desastres climáticos.

JUNDIAÍ

Na cidade, a prefeitura informa que há uma série de ações de enfrentamento às mudanças climáticas e prevenção de desastres ocasionados, principalmente, em períodos de chuvas. São projetos de macrodrenagem, ampliação da arborização urbana, proteção de mananciais, melhora na mobilidade urbana e redução do uso de automóveis e a ampliação dos cuidados com a Serra do Japi. Uma das ações em andamento é a instalação de jardins de chuva em diversos pontos da cidade. Os jardins ajudam a reduzir a quantidade e a velocidade do escoamento da água em chuvas intensas, evitando alagamentos, e também embelezam a paisagem.

As obras também devem contemplar espaços de drenagem. De acordo com o Código de Obras Municipal (Lei 606/2021), as obras novas, ampliações e regularizações em Jundiaí também deverão possuir reservatórios de águas pluviais com fundo drenante ou não, com a finalidade de propiciar a manutenção do abastecimento do lençol freático, a diminuição do volume de contribuição de drenagem nas galerias públicas e o aumento do tempo de concentração das águas pluviais nos cursos d’água e fundos de vale, reduzindo as vazões de escoamento superficial. Ainda segundo a Lei, é obrigatória a aplicação dos dispositivos às obras em terrenos superiores a 350m².

A prefeitura ainda informa que no ano passado fez o levantamento planialtimétrico do Jardim São Camilo, para definição de obras a serem realizadas. Apesar de aguardar recursos, algumas iniciativas já foram tomadas, como a demolição de 22 casas que estavam em áreas de risco. Ainda no Jardim São Camilo, também foram construídos muros de contenção e quatro áreas de risco estão sendo monitoradas pela Defesa Civil. No Santa Gertrudes, estão em processo de realocação aproximadamente 33 famílias em área de risco e demolidas mais 17 residências. O mesmo acontece no Balsan, onde também serão demolidas 13 residências. No Jardim Fepasa, foi construído um muro de contenção e há outro em execução.

Outra ação importante é o plantio de árvores nativas às margens do Vale do Rio Jundiaí. Serão plantadas 6,6 mil árvores no local. Dessas, 3,5 mil já foram instaladas em trechos na Marginal do Rio Jundiaí, próximo ao limite do município com Várzea Paulista, e também no Jardim Tulipas. Já o programa Pé de Árvore plantou 1.375 mudas em várias regiões da cidade. A Fundação Serra do Japi também atua em projetos de educação ambiental. Por fim, a prefeitura também faz o desassoreamento de rios, limpeza de bueiros e galerias e tem realizado obras de atualização do sistema de drenagem em diversos pontos da cidade.

VÁRZEA PAULISTA

Por meio da Unidade Gestora de Meio Ambiente, a Prefeitura de Várzea Paulista informa que a cidade tem conquistado avanços no âmbito do saneamento básico e preservação ambiental. A Unidade de Meio Ambiente está elaborando o Plano de Saneamento Municipal, que implantará novas drenagens urbanas para reduzir riscos em chuvas intensas. Além disso, a cidade possui um Conselho Municipal de Saneamento Básico.

O município também tem um projeto de Arborização Urbana, que visa a regenerar áreas verdes conforme Lei Municipal, promovendo a infiltração de água no solo e o aumento de sombra na cidade. A Unidade de Meio Ambiente também realiza fiscalizações anuais de fumaça preta em veículos, incluindo vans escolares e empresas de transporte público e transportadoras. Várzea Paulista é a cidade que preside a Câmara Técnica de Meio Ambiente da RMJ, trabalhando assim, em conjunto com as sete cidades para a recuperação de córregos, flora e fauna.

A prefeitura também faz a doação de mudas de árvores nativas e frutíferas e promove campanhas de conscientização ambiental nas escolas, além de disponibilizar a coleta seletiva no município. Desde 2021, a Unidade de Meio Ambiente plantou mais de mil árvores por ano. Além disso, é disponibilizada à população mais de duas mil mudas no viveiro municipal para retirada gratuita e plantio nas calçadas do município.

CAMPO LIMPO PAULISTA

Campo Limpo Paulista possui diversas ações de preservação do Meio Ambiente, como o projeto de arborização "árvores para o planeta" que é focado em uma rearborização maior do município. Um novo plano diretor foi elaborado a partir da ideia da sustentabilidade, com o projeto Nova Luz, que já trocou mais de 2 mil lâmpadas por LED em todo o município.

A prefeitura também tem o controle de todas as áreas de risco da cidade, mantendo um monitoramento diário para evitar possíveis tragédias ou danos futuros. Além de criar novos espaços públicos de convivência em áreas que eram degradadas, como parquinhos, praças entre outros importantes espaços no município.

Um dos destaques do cuidado com o Meio Ambiente em Campo Limpo Paulista fica com a nova Usina Fotovoltaica que está sendo construída, sendo a primeira Usina de Energia Solar da RMJ. Com 2 mil painéis solares, a usina será capaz de abastecer uma parte dos prédios públicos com energia limpa e sustentável.

ITUPEVA

A Prefeitura Municipal de Itupeva tem atuado para concretizar a elaboração do Plano de Mudanças Climáticas. Com o intuito de acompanhar as diretrizes sobre o tema, tem utilizado as ferramentas ofertadas pelo Estado para auxiliar no planejamento das Políticas Públicas que norteiam o uso e ocupação do solo, como a plataforma do Zoneamento Ecológico Econômico.

Itupeva também participa do Acordo Ambiental Paulista, que tem como objetivo fazer com que as corporações e as entidades públicas assumam compromissos visando a redução de emissão de gases de efeito estufa. Há ciclovias na cidade, mas também se faz necessário aumentar o oferta desse modal de transporte na cidade.

LOUVEIRA

A cidade tem ações como as represas construídas na cidade, em destaque o Parque Luigi Martini, que tem um amplo piscinão, área que acabou com as enchentes que aconteciam na região central da cidade. Ainda, outras ações também contemplam os cuidados e investimentos ambientais que resultam em ações preventivas.

Há, por meio do Programa de Coleta Seletiva e da parceria com a Cooperativa de Reciclagem Recomeço, a destinação correta a mais de 300 toneladas de materiais por mês, com coleta em 100% da cidade. São distribuídos sacos verdes para a população depositar os materiais recicláveis e, um destaque é que Louveira possui uma taxa baixa de rejeito, sendo aproximadamente 15%. Ainda no contexto de reciclagem, a Prefeitura de Louveira realiza conscientização para a população, seja pelo Centro de Educação Ambiental Tabarana ou em escolas da Rede Municipal de Ensino, por exemplo.

O Plano Municipal de Arborização Urbana de Louveira também prevê o plantio de 2.733 novas árvores no perímetro urbano, principalmente na região do bairro Santo Antônio e Centro. Outra ação é o Projeto Tabarana, lançado pela prefeitura em novembro de 2021, visando a despoluir o Rio Capivari no trecho que corta a cidade. A ação foi batizada de Tabarana, em alusão ao peixe com esse nome e que, segundo relatos históricos, era encontrado em abundância no rio em um passado recente. Hoje, ele desapareceu por conta da poluição.

Os municípios de Cabreúva e Jarinu também foram procurados, mas não enviaram seus planos até o fechamento desta edição.