27 de julho de 2024
OPINIÃO

Combatendo a raiva com 'bom humor'


| Tempo de leitura: 3 min

Quem nunca sentiu raiva que atire a primeira pedra. A raiva pode causar alterações em nosso corpo como aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, além de tonturas, vertigens, tremores, inquietação e até insônia. Pessoas estressadas e raivosas são mais irritadas e impacientes, já perceberam?

A raiva é um sentimento bem complexo, você já parou para pensar quando foi a última vez que sentiu? Não é errado sentir raiva, visto que ela é uma emoção básica humana, assim como a alegria, medo, tristeza, euforia. A raiva surge em diferentes situações, quando nos sentimos injustiçados, envergonhados, humilhados, possibilidades de "ser" humano.

Devemos ter em mente que a raiva pode ajudar a acumular o estresse da vida cotidiana e não devemos deixar de considerar que o estresse é uma das a causas de inúmeras doenças físicas, mentais e emocionais. Após um estresse prolongado, nosso corpo, ou melhor, nossas glândulas adrenais, pequenos órgãos abaixo dos rins que também regulam a pressão sanguínea e o trabalho do coração, passam a produzir demasiadamente um hormônio chamado cortisol, o famoso "hormônio do estresse".

Sentir raiva pode contrair a musculatura, o que acaba diminuindo a circulação sanguínea, ou seja, diminuindo o aporte de oxigênio e nutrientes. Quando aliada ao estresse, pode ser a responsável por dores, como as dores na região do pescoço e das costas. Esse tipo de tensão pode também virar uma bela dor de cabeça.

O controle tanto da raiva como do estresse é um caminho para conseguir voltar ao estado natural e viver a vida com paz e bem-estar. Mas é um processo difícil e de aprendizado contínuo. É preciso avaliar tudo o que está contribuindo para sobrecarregar e/ou desequilibrar e piorar a situação. É preciso um momento de pausa para uma reflexão. Só assim as nossas ações serão assertivas e não impulsivas.

Não temos a cultura de falar sobre os sentimentos, principalmente daqueles que não são confortáveis e vistos como "ruins". Nesta vida ninguém é "santo", todos já experimentamos a raiva. Somos seres multifacetados, inspiramos uns aos outros. Justamente por isso devemos tomar cuidado ao julgar o outro, devemos apenas observar e lidar com isso. Muitas vezes o que nos incomoda no outro diz muito sobre nós mesmos!

Topa uma rápida reflexão partindo de uma bela observação do seu equilíbrio emocional? Está tudo bem, experienciar a raiva é algo comum, mas que ela não diminua sua energia, saúde e não tire o seu sono. E sabe como fazer com que isso tudo seja possível? Tirando um momento para "limpar a mente", para diminuir os excessos de pensamentos.

A atividade física já teve inúmeras comprovações na diminuição dos níveis de estresse, e tudo mais que possa agregar na sua saúde. Utilizar atividades relaxantes para acalmar seu corpo e sua mente pode ser uma excelente opção para relaxar e voltar ao seu estado de paz, como as massagens, meditações guiadas, mesmo usufruir do convívio com amigos, viagens para relaxar e mudar de ambiente também são bem-vindas.

Uma forma muito simples e barata de lidar com a raiva é o bom humor, uma ferramenta preventiva e terapêutica para o nosso bem-estar. Realmente, rir é o melhor remédio. Assim como a atividade física aumenta os níveis de endorfina no organismo, o bom humor também o faz. As endorfinas são substâncias naturais produzidas pela glândula hipófise, no cérebro, e geram uma sensação deliciosa de bem-estar e plenitude.

Quem tem bom humor tem mais disposição, alegria, felicidade, jovialidade, carisma, entusiasmo pela vida, satisfação por viver. É muito gostoso ter alguém alegre ao nosso lado, uma energia boa vai contagiando a todos ao redor, e sorrisos vão sendo abertos, a tensão facial vai sendo desfeita e quando você olha para alguém que normalmente é estressado, ao lado de pessoas felizes e bem-humoradas, estas ficam mais leves e relaxadas.

Riso e bom humor promovem saúde e alegria de viver. Busque alegria no seu dia a dia, e confie: o bom humor é o melhor antidoto contra a raiva e o estresse. Muita saúde a todos.

Liciana Rossi é educadora física (licianarossi@terra.com.br)