Ontem foi o Dia Internacional da Mulher. Um dia cheio de significados para todas as mulheres, pois nos lembramos de um fato: não é fácil ser mulher num mundo tão competitivo, cheio de desigualdades para todos os gêneros, por sinal, mas que faz com que possamos parar por um momento e nos lembrar da nossa fisiologia, nossos ciclos, da própria natureza da mulher, já tão ignorada em tantos aspectos da vida moderna.
Apesar de estarmos contribuindo em quase todas as áreas, senão todas e até algumas mais, nem sempre foi assim. Tudo isso veio através de muita luta e garra para sermos vistas como seres que querem ter sua liberdade e vontade respeitadas. Não queremos desigualdades, nem fazer parte de um feminismo chato e incoerente, mas que sejamos olhadas como seres de natureza única, que têm seus ciclos e oscilações hormonais, que são maternais, amorosas, mesmo quando precisam ser duras. Buscamos pelo direito de poder ser o que quisermos e fazer o quê e quando quisermos. Cansamos de ser "abusadas" em todos os sentidos. De sermos olhadas com malícia enquanto estamos trabalhando ou cuidando de nossos filhos.
Não há mais espaço para que ninguém ultrapasse o limite que cada mulher impõe. Chegou o momento de dizer um NÃO bem grande para quem nos importuna.
Quando descubro fatos tristes de abusos de minhas antepassadas, eu sinto uma dor tão grande no meu peito. Quanto sofrimento todas essas gerações passaram, quanta luta e dor. Isso é tudo muito recente. O pior é que ainda passamos por isso. Pensem em regiões mais distante das grandes metrópoles, as mulheres ainda não têm quem as protejam e não têm a lei do seu lado para punir bandidos que se aproveitam.
Mas o feminino é sagrado! Quando digo o feminino, não me refiro apenas ao gênero, refiro-me ao princípio feminino que vive tanto nos homens como nas mulheres. O princípio do feminino que tenta se relacionar. Em vez de dividir as coisas em partes, ele diz: onde somos parecidos? Como podemos nos conectar? Onde está o amor? Você consegue me ouvir? Você consegue me ver?
O feminino é a presença, o relacionamento e um coração que pode se abrir para que, quando você conhecer outra pessoa, você realmente veja o eu autêntico dessa pessoa, para que você enxergue sua alma. Que significado tem a vida humana se não for amar? Os homens têm esse poder feminino dentro de si, pois o reconheceram nas inúmeras mulheres que os criaram até hoje, em suas vidas.
A energia feminina não é exclusiva do gênero feminino, definitivamente. Da mesma forma, a energia masculina não é propriedade exclusiva dos homens. Ambas as energias são igualmente importantes e necessárias para criar equilíbrio e harmonia em nossas vidas. A energia feminina é aquela que representa a nutrição, o cuidado e a proteção, enquanto a energia masculina é a que representa a ação, a força e a determinação. Ambas as energias são igualmente importantes e necessárias para encontrar equilíbrio e harmonia nas nossas vidas.
Porém, o amor é o verdadeiro poder da energia feminina. Todos já sentimos o amor vindo de alguma mulher em nossas vidas. É a energia que acalenta, que acolhe, que acalma, que educa. Quanto mais trabalharmos com essa energia, com o poder do amor, mais veremos como as pessoas respondem naturalmente a isso e mais desejaremos usá-lo. Isso despertará nossa criatividade e ajudará todos ao nosso redor a florescerem. Nossos filhos, nossos colegas, nossos cônjuges, todos florescendo no poder do amor.
Portanto, respeitem as mulheres e a energia do feminino. Entendam o que essa energia feminina é capaz de lhe dar: AMOR! O amor pode ser a grande ferramenta, a grande "arma" para seguirmos nossas vidas sendo pessoas melhores, olhando para trás e para todo amor que já nos foi dado por mulheres incríveis e colocá-lo em prática. O sagrado feminino está dentro de todos nós, sem exceção. Muita saúde a todos.
Liciana Rossi é educadora física (licianarossi@terra.com.br)