24 de dezembro de 2025
ASSALTO

Casal é rendido na sala de casa em Jundiaí; morador prende um e põe o outro para correr

Por Fábio Estevam | Polícia
| Tempo de leitura: 4 min
JORNAL DE JUNDIAÍ
Quando a PM chegou, um dos ladrões já estava detido; o outro conseguiu fugir

Uma mulher de 45 anos e seu marido, um comerciante de 40 anos, foram surpreendidos por dois assaltantes na sala de casa, na noite desta terça-feira (28), no bairro Vila Rio Branco, em Jundiaí. Eles estavam com uma corda, que pretendiam amarrar o casal e trancá-los no banheiro, o que foi impedido graças à reação do marido, que entrou em luta corporal com os dois criminosos, conseguindo com que um deles fugisse. O outro ele obteve êxito em imobilizar e deter, até a chegada da Polícia Militar. Conduzido ao Plantão Policial, ele contou ao delegado Rodrigo Carvalhaes que 'caiu de paraquedas' no assalto, uma vez que foi tirado de seu 'serviço', em um ponto de tráfico de drogas na Vila Marlene - onde atua como 'olheiro' -, para praticar o crime.

Era por volta das 19h quando dois ladrões invadiram a casa do comerciante. A esposa foi a primeira a ser abordada e gritou desesperadamente por ajuda. Em seu depoimento a Carvalhaes, ela disse: "eu estava na sala da minha casa, quando de repente surgiram dois rapazes e anunciaram o roubo, fazendo menção que o 'gordinho' estaria armado. Eu então comecei a gritar e logo veio meu marido, que estava no quarto", disse ela.

O marido ao ouvir os gritos foi ao socorro da esposa. O 'gordinho', então, aparentemente armado, passou a fazer ameaças contra o casal, enquanto que o outro iniciou a recolha do que iriam roubar. Algum tempo depois, o 'gordinho', com uma corda, ordenou que o casal fosse para o banheiro, onde iria trancá-los e amarrá-los. "Ele ficava colocando as mãos na cintura fazendo menção de estar armado, e foi nos levando para o banheiro para nos prender ali. Foi quando ele começou a pedir a arma para o seu comparsa, fato que chamou a minha atenção, pois percebi que ele não tinha arma na cintura. Então entrei em luta corporal com o mesmo (gordinho) e ele conseguiu se livra de mim e saiu correndo, ai fui para cima do outro e consegui detê-lo", contou o marido.

O PRESO

A PM foi acionada e, quando chegou, encontrou o casal bastante assustado, com um homem detido. Ele recebeu voz de prisão e foi conduzido Plantão, onde confessou o crime em seu depoimento, dizendo que é 'olheiro' em uma 'biqueira' da Vila Marlene, onde estava quando foi chamado para fazer um assalto. "Eu estava ali, quando quando o 'Gordinho' chegou e falou se eu queria ir fazer um roubo. Eu concordei e fomos andando pela rua. Em determinado momento, ele viu um portão entreaberto de uma residência, ingressamos lá e encontramos uma mulher na sala, a qual começou a gritar, e logo apareceu o seu marido. O 'gordinho' fala que estava armado e batia na cintura, afirmando ainda iria prender as vítimas no banheiro da casa, inclusive levou uma corda para isso", disse ele, que completou. "Comecei a pegar as coisas que achava que eram caras, até que o homem foi para cima de "gordinho" e começou a agredi-lo. Gordinho conseguiu sair da luta, pegou a sacola com as coisas de valor e fugiu".

Nesta luta pela vida, a vítima ficou ferida, e, mesmo assim, partiu para cima do comparsa, conseguindo detê-lo, até a chegada da PM. Com ele a PM encontrou uma gargantilha avaliada em mais de R$ 1 mil, pertencente às vítimas.

FLAGRANTE E PREVENTIVA

Nessa fase de apuração preliminar, considero configurado o estado flagrancial, eis que o indiciado foi encontrado logo depois de subtrair, mediante grave ameaça, exercida através da alegação de estar armado, violência física, e mediante o concurso de duas pessoas, objetos de propriedade das vítimas. Trata-se de crime consumado, pois o agente 'gordinho' empreendeu fuga com objetos pertencentes às vítimas. A prisão em flagrante fora decretada em razão das circunstâncias da abordagem, do fato de que o agente fora encontrado na posse da gargantilha", registrou o delegado, que também representou por sua prisão preventiva. "Destaque-se que o caso em apreço comporta a decretação da prisão preventiva. A medida é admissível, eis que o crime em tese perpetrado é doloso e possui pena superior a quatro anos. A prisão preventiva também se afigura necessária para a garantia da ordem pública, diante da evidente a gravidade concreta da infração perpetrada".

Após isso ele foi levado para Centro de Triagem de Campo Limpo Paulista, onde ficou para aguardar a audiência de custódia.