Dia destes, a convite de um amigo percorremos os bairros bucólicos da cidade. A luminosa manhã estava prazerosa, com uma suave brisa que soprava da Serra do Japy. A generosidade do sol já despontava, enviando seus raios, tais como fios de ouro, sobre os verdes campos. Os cantos dos pássaros, como uma sinfonia, anunciavam um novo sorridente dia. Longe dos problemas comuns da cidade grande, deixei-me levar pelo cheiro do capim, que renova as energias e ameniza as marcas das decepções. Fomos ao Traviu, Caxambu, Santa Clara, Terra Nova, Toca, Roseira, Corrupira, Poste, Castanho. Passamos pelas bucólicas estradas, por dentro destes bairros. Imagino como foram os seus primeiros lavradores, à custa de árduo trabalho, sempre dependendo da lavoura, que muitas vezes viu o plantio à mercê da seca e das pragas. Desta gente que quero louvar. Gente da terra que aqui nasceu e aqui quer morrer. Afirmam a fé em Deus e querem morrer quando chegar a hora que foi determinada pelo destino. Gente que ama a terra tanto quanto seus pais amaram. Eles ensinaram aos filhos a terem amor ao pedaço de chão, que lhe dava o pão. Não perderam aquilo que é a razão de seu viver. Sentem com delícia nos pés a terra úmida e aspira o cheiro que se levantava nos sulcos para o plantio da uva. Perdoem-me pela não lembrança de muitos nomes, desde o pequeno lavrador de hortaliças, legumes, ervas medicinais, a até alguns tradicionais, em que a idade faz fugir da minha memória. Esta gente não teme as agruras do cultivo, o sol, a chuva, o vento, os fertilizantes, os inseticidas, as pragas, o árduo trabalho da lavoura. Vivem da saúde da terra. Eles lutam como foram seus avós e seus pais. Às famílias CARBONARI, LOURENÇAO, TOMAZETTO, BENASSI, GALVÃO, CONDINI, DE MARCHI, FONTEBASSO, PAVAN, BARDI, LOSQUI, MAZIERO, STECK, BRUNHOLI, MICHELIN, CHEQUINATO, RIZETTO, POMPER MAIER, MARQUESIN, CEOLIN e a tantas outras que engrandecem a terra de Petronilha Antunes. As paisagens naturais dos restaurantes, pesqueiros e do próprio trajeto são sempre um atrativo a mais. Somam-se os visitantes de tirar os sapatos e sentirem a terra a seus pés. Lugares cheios de prazeres que não encontramos mais nas cidades grandes. Lugares de muitos arvoredos e das especiarias da carne suína saborosas. Cultura e gastronomia, tudo temperado com muita tradição do bem comer. Acompanhe toda simplicidade do campo e os sabores especiais da gastronomia italiana. Cada historia das famílias que fazem parte deste enredo são únicas, assim como seus vinhos e outras bebidas artesanais. Encanto e beleza formam um cenário maravilhoso de natureza, tornando-se emocionante e inesquecível. O dia-a-dia do campo, as tradições, a culinária e as frutas frescas, colhidas diretos do pé, são alguns dos atrativos cercados pela hospitalidade tão característica do campo. Há um horizonte de cores, paisagens indescritíveis. Desfrute estes primores, que tais não se encontram mais, nesta correria da vida moderna. VIVA A VIDA.
Guaraci Alvarenga é advogado (guaraci.alvarenga@yahoo.com.br)