21 de novembro de 2024
Opinião

A IA aplicada à indústria

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A Inteligência Artificial (IA) é a espinha dorsal da inovação na computação moderna. O conjunto de tecnologias que permite aos computadores executarem uma variedade de funções, incluindo a capacidade de ver, entender e traduzir idiomas, analisar dados e fazer recomendações, já está tão integrada ao nosso dia a dia que, muitas vezes, passa despercebida.

Mas a IA está lá quando se acessa o celular por reconhecimento facial; quando um chatbot faz um atendimento no WhatsApp; na interação com assistentes virtuais como Alexa, Siri e Google Assistent; além da IA generativa para textos, imagens e sons, como o ChatGPT e o Bard, do Google, que surpreendem pelas respostas um tanto humanas.

Nas empresas, essa tecnologia também está avançando. A IA implementa ajustes contínuos na produção de modo que ela esteja sempre alinhada à demanda, eliminando desperdícios. Melhora também a capacidade de antecipar eventos futuros e evitar potenciais problemas.

Quando a IA utiliza machine learning (aprendizado por meio de modelos e algoritmos) e big data (dados com variedade, volume e velocidade de geração), a empresa é capaz de entender melhor as mudanças do mercado e oferecer novos produtos. Também pode realizar tarefas humanas mais desafiadoras, evitando falhas e riscos para os trabalhadores.

O Senai-SP está sempre apoiando as indústrias na busca por melhorias operacionais, e a utilização da Inteligência Artificial está entre o leque de soluções para os problemas apresentados. As situações são variadas, vão do chão de fábrica aos escritórios.

Em um armazém, por exemplo, foi detectada a possibilidade de acidente entre empilhadeiras e pessoas. O objetivo era evitar que ocorressem atropelamentos em virtude de pontos cegos no trajeto. Foi aplicada a tecnologia de redes neurais – que fazem inúmeras conexões, simulando o cérebro humano – para, a partir de imagens captadas por câmeras de segurança, determinar a trajetórias das pessoas. Com isso, diante de uma chance de colisão, alertas passaram a ser emitidos para o operador da empilhadeira.

Noutro caso, o objetivo era a redução de turnover na equipe, para garantir que as pessoas certas estivessem nas funções adequadas. Com a aplicação de redes neurais na análise de questionários e de dados funcionais, buscou-se a alocação correta dos talentos. Ao final, houve redução do turnover e aumento do índice de satisfação dos funcionários.

Com a maior digitalização das empresas, a Inteligência Artificial estará cada vez mais presente. Uma pesquisa com executivos realizada pela consultoria Deloitte mostra uma grande adesão à tecnologia: sete em cada dez empresas pretendem investir em Inteligência Artificial e 20% já usam esse recurso no dia a dia.

Para impulsionar esta tendência, Fiesp, Ciesp, Senai-SP e Sebrae-SP lançaram, em maio de 2022, o maior programa de digitalização de indústrias do estado de São Paulo, a Jornada de Transformação Digital. São oferecidos treinamentos e consultorias, com foco nas micro, pequenas e médias empresas, para que possam modernizar e automatizar seus processos de produção. Com oito etapas, a Jornada é gratuita para aquelas que têm faturamento de até R$ 8 milhões ao ano.

Até o momento, mais de 13 mil indústrias paulistas já participaram de pelo menos uma etapa. A meta é atender 40 mil empresas até 2025. Na nossa região, cerca de 600 indústrias entraram na Jornada. Apenas na cidade de Jundiaí são quase 200 indústrias. No geral, os resultados têm sido muito positivos, com ganhos em torno de 40% de produtividade. Prova de que a transformação digital é o caminho certo.

Vandermir Francesconi Júnior é 2º vice-presidente do CIESP e 1º diretor secretário da FIESP (vfjunior@terra.com.br)