A atitude do atacante Luciano, do São Paulo, que terminou em cartão amarelo e, consequentemente, a suspensão do atleta para o jogo de volta da semifinal da Copa do Brasil, no clássico contra o Corinthians, causou discussão entre torcedores, jogadores, comentaristas esportivos e ex-árbitros de futebol.
Ex-árbitro jundiaiense, Rafael Porcari explicou o motivo da punição ao jogador e revelou que se trata de um lance polêmico e interpretativo. "O atacante do São Paulo levou cartão amarelo por provocar a torcida adversária e não por chutar o mastro da bandeira de escanteio, como diz a súmula do árbitro, pois isso não é motivo para punição. A própria regra é subjetiva e abre margem para interpretações diferentes, o que torna a punição polêmica", explicou Porcari.
A regra da arbitragem diz que a comemoração não deve ser excessiva, provocativa, debochada ou inflamatória.
Em justificativa, Luciano explicou que comemorou em frente aos torcedores do Corinthians, pois se tratava de um duelo com torcida única (apenas corintianos no estádio). Porém, de acordo com Porcari, a orientação da CBF é que, quando a torcida do próprio time não está presente, o atleta deve comemorar com seus companheiros, de preferência próximo ao banco de reservas. "O Luciano corre até a grade da torcida adversária e faz gestos provocativos para os corintianos. A comemoração causou revolta dos torcedores, que chegaram a arremessar objetos contra o jogador", completa Porcari.
PREJUDICADO
Com a punição, Luciano acumulou três cartões amarelos e está suspenso para a partida de volta da Copa do Brasil, dia 16 de agosto. Além da suspensão, Luciano ainda pode ser punido por mais partidas, por conta da entrevista no pós-jogo, onde criticou a arbitragem de Wilton Pereira Sampaio. "O Wilton Pereira Sampaio [árbitro], estou aqui para dar parabéns a ele, realmente conseguiu. Ele me disse que daria o cartão. Aqui no estádio só tem torcida do Corinthians, se eu não puder comemorar um gol...", disse o atacante.
De acordo com Porcari, é provável que o jogador receba mais um ou dois jogos de punição na Copa do Brasil por conta das falas proferidas ao árbitro no pós-jogo.