23 de novembro de 2024
Opinião

A paróquia e a fé

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Tanto àqueles que aqui nasceram como tantos outros que adotaram esta terra e sua filosofia de vida. Como nos versos do hino da cidade, da inesquecível professora Haydée, teus filhos amantes são de ti.

A cidade conta com as vantagens de uma metrópole, e guarda no seu seio as virtudes de uma província.

Jundiaí se diferencia de outras plagas, graças o esforço, trabalho e abnegação de comunidades, que transformam cada canto desta cidade, num lugar de fé, amor e bondade.

Seu calendário anual é marcado por festas beneficentes, que encantam a todos. A tradição se mantém através de gente, que acredita. Acredita no que faz. Esta convicção vem de dentro, veemente. Verdadeiros voluntários da bondade, não há cansaço físico que impede seus arroubos de entusiasmo e alegria, no bem servir.

Assim começa a temporada da boa comida jundiaiense.

A paróquia e a fé. O ser humano e a gratuidade de espírito. Prepara-se para os prazeres de saborosos fins de semana.

No bairro da Santa Clara a famosa festa da Varginha da paróquia Santa Rosa de Lima, no bucólico local da Terra Nova da comunidade cristã do Bom Jesus da Pedra Fria no comando go grande Zé do Café.. No Eloy Chaves não pode perder a costela no bafo da paróquia do Bom Bosco . Olha o pessoal do bairro da Roseira, na sua tradicional Senhor Bom Jesus. A Capela da Toca, abrigo de luz, de fé e de alegria. Jundiaí-Mirim com Nossa Senhora do Carmo. Caxambu com o Senhor Bom Jesus. Os sabores de seis diferentes países da Festa das Nações da Cidade Nova.

Seguem as Luzes da Ponte na Ponte São João, a grandiosa italiana da Colônia, a genuína portuguesa da Vila Arens, a grande Trezena do Anhangabaú e Corrupira, a consagrada Vicentina do Retiro. Não podemos esquecer-nos da Associação Nipo Brasileira em seu belo Clube, a do jardim Tarumã e Vera Cruz.

Veja os santos venerados: São Roque, São Sebastião, Santa Rita de Cássia, São João Batista, Nossa Senhora da Conceição, Santo Antonio, São Vicente de Paulo, São Roque e Bom Jesus. Bom Jesus e São Genaro. São Cristovão.

O fogão amigo e a cozinha saborosa. A polenta regada de queijo parmesão, o frango a passarinho, a batata frita, a linguiça caipira, as saladas de folhas precoces, a leitoa pururuca, o nhoque, o macarrão, os doces caseiros, os vinhos artesanais. E o famoso "pernil a Afonso Pereira", a voz maior na divulgação destas festas tradicionais.

Os preços acessíveis. O trabalho é gratuito. O ambiente, de camaradagem familiar e alegria.

Basta estar numa destes encontros para sentir a palpitação de vidas individuais. Nelas não há descrença. e nem lamúrias. Há brilho nos olhos e sorriso nos lábios.

Há inúmeras pessoas, melhor ainda, seres humanos, verdadeiros voluntários da bondade, impulsionados por uma corrente de solidariedade. Se não me equivoco, essa é a grande potência destes bairros de Jundiaí, e seria um tremendo erro deixá-la perder ou mudá-la para outra forma de convivência.

Lição de vida. Gente de fé. Voluntários da Bondade.

Bendita seja a vida destas comunidades. Bendita seja a vida.

Guaraci Alvarenga é advogado (guaraci.alvarenga@yahoo.com.br)