“Os primeiros locais contemplados com as novas placas serão as ruas da Região Leste da cidade, principalmente o Jardim São Camilo, já que esse serviço converge com a requalificação do bairro, que é um dos principais projetos do governo", lembrou a diretora do Departamento de Projetos Urbanos da UGPUMA, Paula Siqueira. Um potente e ousado ou necessário projeto de identificação toponímia – estudo histórico de nomes de ruas - e mais publicidades e propagandas penduradas junto às placas em lugares que serão identificados paulatinamente, foi divulgado, conforme notícia do dia 27 de junho deste ano, pelo Jornal de Jundiaí. Veio a público já com tudo pronto pra ser iniciado.
É um direito do cidadão saber aonde ele está, onde ele vai e como encontrar o que ele quer, para isso a publicidade pode sim ser questionada. Quando você se informa você está tendo que ler uma publicidade que significa um pagamento por aquilo que é de direito, assim você está pagando por uma informação que é de direito através da publicidade. Agora já está pronto e vamos ter essa surpresa das novas publicidades. Essa polêmica não é minha, mas foi muito debatida em muitos congressos e especialmente no “Projeto Cidade Limpa” da cidade de São Paulo que a então Gestora, Regina Monteiro, aprovava pessoalmente como seria a inserção das propagandas nos diversos totens e em todos os lugares, inclusive em bancas da cidade de são Paulo.
Hoje, o assunto de volta, já será implantado sem a apresentação pública. É óbvio que queremos, precisamos e reclamamos da identificação das nossas ruas e logradouros, mas será que temos que pagar por isso? Entenda aqui que ninguém precisa pagar pra ver uma propaganda para saber onde está, mas esse custo vai ser pago por todos nós, já que essa nova “informação” vende produtos.
Se aqui tem leis que regulam a publicidade nas áreas voltadas pra rua, ela não colou, porque parece que pode ser feito em qualquer lugar. Muros estão cobertos de propagandas muito ruins, que de maneira nenhuma colaboram com a paisagem e muito menos com a “Cidade Limpa”, que esquecemos.
Seria desejável que soubéssemos quem são os ilustres personagens que denominam nossas ruas, mas, não será possível. Ainda não! No futuro será corrigido e o Celso de Paula, com sua enciclopédia “De Paula“, que cuidou de maneira muito legal do registro de grande parte de quem foi e o que fizeram esses, que até aquela data, estava denominando as ruas de Jundiaí.
Joao Borin, tem mais um arquivo sobre personagens, os mais diversos, que estão nas esquinas denominando ruas e que não sabemos quem foram e o que fizeram. Ele ainda afirma que ruas continuam sem placa, como a Gerônimo Molinari, no Caxambu, e a rua lateral da Pinacoteca, que teve seu nome alterado, mas que continua sem placa com a nova identificação.
No meu último artigo, do dia 16 deste mês, mencionei isso quando falava sobre o tombamento do Estádio Jayme Cintra, e nas atas onde estão nomes dos participantes do time que estão presentes em toda a cidade. No entanto não fazemos essas conexões. Um projeto de denominação das ruas precisa necessariamente passar pelos historiadores e pelos que estudaram jundiaienses que fizeram a cidade moderna e antiga e fazer parte da informação toponímia.
Eduardo Carlos Pereira é arquiteto e urbanista (edupereiradesign@gmail.com)