-Você lembra daquele programa de televisão, que passava quando éramos adolescentes, logo depois da hora do almoço? - eu perguntei com sorriso maroto para uma amiga "das antigas".
-Lembro, claro! Por quê? - ela respondeu de olhos arregalados pela lembrança.
Mostrei então um pequeno vídeo que fiz para colocar em uma rede social, falando sobre o amor, conexão energética e ligação romântica entre duas pessoas, tudo feito especialmente para essa semana, em que se deu o Dia dos Namorados.
Ficou muito divertido, pois procurei falar de maneira bem-humorada e leve, o que, com a ajuda infalível da minha auxiliar de marketing em sua primorosa edição, ficou sutilmente cômico, tal como o programa de conteúdo familiar do fim dos anos 90. Demos então muitas risadas.
Mostrei o mesmo vídeo por mensagem de celular à outra amiga que respeito e admiro muito e ela comentou que havia gostado pois tratava de um assunto importante de maneira suave e até leve. Gosto do jeito prático e simples com que ela vê assuntos muitas vezes difíceis de serem tratados por envolverem sentimentos, até profundos, das pessoas.
"Acertou em cheio no alvo!", comentou. "Muito pertinente."
Depois deste comentário comecei a compreender a real importância de falar deste assunto, por vezes motivo de sofrimento (excessivo) para muitas pessoas, que é estabelecer uma ligação romântica com outra pessoa.
Uma das primeiras barreiras que enfrentamos e que impede que a ressonância com os centros energéticos de outras pessoas se estabilize (processo quântico que é popularmente conhecido como "apaixonar-se") é a imagem que temos do outro, muitas vezes mais relacionada mais com uma ideia própria do que a pessoa em si.
Por vezes desejamos tanto algo que nosso cérebro procura concretizar esse desejo de maneira imediata (para obtê-lo rapidamente) colocando o objeto desejado em alguém.
Deste modo, uma mulher pode achar que o seu pretendente é justo, honesto, reconhece o esforço dela em ser atraente… e começar a esperar dele os comportamentos que se espera de alguém assim. Contudo, quando ele se comporta… como ele é mesmo (e não como ela gostaria que ele fosse, tal como objeto irreal de paixão) vem a decepção e o caminho aberto para a frustração.
Acontece que esse reconhecimento e atenção que ela espera não virão do pretendente e nem de outro que não… ela mesma! Para viver um grande amor, ela primeiro precisa suprir as próprias carências, estando bem consigo mesma (alinhada inclusive energeticamente) para que possa ver o outro sem expectativas desonestas, que podem virar frustração ou julgamento.
Normalmente não vemos os fatos e pessoas tais como eles ocorrem; como somos frequentemente envolvidos nos campos energéticos e de consequências e desdobramentos que advém destes eventos, os vemos com o filtro de quem somos e buscamos sempre aquilo que nos falta.
O autoconhecimento é fundamental para uma ligação saudável com os outros, senão, tal como diria o programa que divertiu a mim e minhas caras amigas na nossa adolescência, "não há amor que resista!".
Alexandre Martin é médico especialista em acupuntura e com formação em medicina chinesa e osteopatia (xan.martin@gmail.com)