23 de dezembro de 2024
OPINIÃO

Assassinos em casa

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Nos últimos dias temos sido apanhados de assalto com muita perplexidade pelas notícias de crianças que estão sendo friamente assassinadas por jovens e adolescentes "problemáticos".

As notícias são tão apavorantes que os pais de todo o país estão com medo de enviar seus filhos para as escolas.

O terror e o pavor têm tomado conta das salas de aula, lugar este que deveria ser de aprendizado, alegria, leveza e brincadeiras.

O fato é que a violência tem crescido assustadoramente entre jovens e crianças, fruto de uma educação distante de Deus e ausente dos pais.

O pior é que estes assassinos estão sendo formados ao longo do tempo debaixo do nariz das próprias famílias e da sociedade. Um assassino não surge de uma hora para outra, ele é treinado, moldado e inspirado a cometer as suas atrocidades.

E ao investigarmos quem os treina, chegamos à percepção de que são os próprios pais. É duro dizer isso, mas é uma verdade.

A terceirização da responsabilidade de educar os filhos, a ausência recorrente e a falta de amor dos pais têm trazido essas consequências.

Um pai não precisa dar uma arma ou ensinar o filho para ele se tornar um assassino, basta que não ensine a ele o que é amor, carinho, atenção e valor da vida.

A pressão de ter que trabalhar e ganhar o sustento, o egoísmo e a doutrinação da sociedade maligna têm gerado lares disfuncionais e desestruturados, onde o casamento é apenas uma conveniência e não um compromisso de felicidade, sacrifício altruísta e amor.

Um pai e uma mãe ausentes certamente produzirão delinquentes. O grande rei Davi vivenciou isso em seu lar quando seus filhos cometeram todo o tipo de maldade. Amnom cometeu incesto com Tamar sua irmã e Absalão matou seu irmão Amnom por ter desonrado a Tamar. Tudo isso aconteceu debaixo do nariz de Davi, mas por ser um pai ausente ele formou um filho lascivo e um outro assassino, dava tudo como rei, mas não dava nada como pai.

Óbvio que não estou aqui tirando a culpa ou justificando os assassinos das crianças, pelo contrário: eu os repudio e mesmo com um lar desestruturado, eles ainda assim escolheram fazer o que fizeram, não foram obrigados, foram apenas inspirados pelo que receberam ou não em casa.

Muitos pais estão assassinando os seus filhos, matando-os aos poucos por falta de amor, de atenção, de carinho, de afeto, de impor limites, de educar. E, se tudo o que eles recebem dos pais é "morte", certamente também as oferecerão futuramente, pois ninguém pode dar aquilo que não tem: se recebi morte, morte eu oferecerei.

Os pais de hoje não querem sentar junto aos filhos para brincar de boneca, bolinha de gude, soltar pipa, esconde-esconde, pega-pega, contar histórias, abraçar e coisas como estas que toda criança precisa e sente falta. Os pais hoje divertem seus filhos ocupando o tempo deles com celulares, tablets, computadores onde o filho dá "sossego", só que este "sossego" custa caro demais.

Um filho requer a atenção dos pais porque ele os ama, porque quer estar perto, junto, quer ser parecido, quer imitar, que sentir o toque, o abraço, quer se sentir importante e valorizado mesmo que em um bronca desde que seus pais o façam por ele.

Por isso apelo aqui aos pais: PAREM DE FORMAR ASSASSINOS, e se estão os formando, é porque um dia a infância linda e feliz foi assassinada por vocês.

Invista tempo nos seus filhos, abrace-os, brinque com eles, faça-os se sentirem amados e importantes pois é melhor você arrumar tempo para se divertir com eles do que ser obrigado a arrumar tempo para lamentar a morte ou a prisão deles.

Não culpem a sociedade e os outros, assuma a sua responsabilidade e faça o melhor acontecer.

Não conheço um lar onde o amor é evidenciado, onde todos são valorizados, onde os pais se dedicam aos filhos que tenha produzido assassinos.

Peça a Deus para que te ajude e Ele certamente o fará.

Pastor Daniel Antônio é teólogo, administrador e publicitário (daniel.antonio@nazareno.com.br)