Palco do Fórum Internacional das Infâncias, a cidade passa a ser reconhecida mundialmente como a Cidade das Crianças. Levei minha neta Letícia ao parque Mundo das Crianças. Frequentador assíduo de eventos em muitas unidades públicas, que, por excelência, apresentam a riqueza de espaços culturais, verdadeiros locais de inteligência e arte, que são oferecidas às comunidades menos favorecidas, confesso ter me comovido demais com a singular beleza do parque.
A unidade construída nesta cidade ocupa uma enorme área verde. Ladeada pelas águas tranquilas da Represa do rio Jundiaí Mirim, por um exuberante Jardim Botânico e o majestoso Parque da Cidade, ergue-se altaneira como uma obra para ficar na história.
Com 12 quadras (areia, tênis e basquete), praças com fontes interativas, pista de skate, parkour e ciclovia, será a natureza a mestra a ensinar a melhor educação as nossas crianças.
Traz como informe em seu site, uma proposta inédita, a integração entre a brincadeira, o aprendizado e o contato com o meio ambiente. O exemplo está ali a olhos vistos, as casas nas árvores, que em projeto se tornarão salas de aulas, na máxima moderna, brincando é que se aprende. Mas o extraordinário ineditismo se sustenta na sua concepção de garantia de acesso universal, para que todas as crianças com deficiência possam também aproveitar de toda a estrutura, não só em determinados brinquedos adaptados. O acesso gratuito. Pais e mães atrás de uma multidão de crianças soltas pelos gramados e brinquedos. Colhendo em seus pulmões o ar puro e a generosidade do sol.
Milhares de pessoas, de todas as idades, em busca de práticas esportivas a seus rebentos, cursos, livros, áreas de convivência, exposições, peças de teatro. Neste particular, a cidade ganha uma obra de primeiro mundo. Nada mais relevante, que nos tempos atuais, a palavra lazer, tenha seu maior ensino na importância de proteger a água e meio ambiente. O que torna as crianças encantadoras é a simplicidade, a ingenuidade e a franqueza, principalmente a franqueza. Olhei para minha neta e vi quanto estava feliz. Um brilho reluzente marcavam aqueles olhos meigos. Quis ate brincar de "pega-pega" comigo. Mas o que eu sinto com este parque é algo tão inusitado quanto fantástico. Surge dentro de mim o desejo imenso de se tornar criança. Tantas diversões infantis num ambiente de civilidade, cultura e beleza estética, que por certo a maioria de nossa gente jamais teve acesso. Realmente esta verba pública teve um grande impacto de relevância, de afeto e respeito no papel comunitário. Que este modelo colocado e construído, por excelência, em favor da população menos favorecida, sirva de exemplo para outras cidades interessadas em retribuir a seus habitantes o nosso bem maior, de cuidar com o merecido carinho e melhor educação, todas as crianças de Deus. Este é um exemplo a ser espelhado em muitas áreas do ensino.
Deixei o Parque com a sensação leve e um endêmico orgulho de viver nesta terra. Segurando a mão da minha neta, ela radiante e feliz, me fez prometer voltar sempre ao seu mundo. O mundo das crianças.
Guaraci Alvarenga é advogado (guaraci.alvarenga@yahoo.com.br)