23 de novembro de 2024
Opinião

Um benfeitor

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"Nada é tão gratificante quanto o sorriso de uma criança" - Jairo Silvestre.

Ao comemorar o Lar Anália Franco, os seus 110 anos, senti-me na obrigação de prestar, por mais simples que seja neste artigo, mas com enorme carinho e gratidão a este grande benfeitor, figura notável de nossa sociedade, Jairo Silvestre dos Santos. Sei que aos 87 anos não ostenta mais a beleza da jovialidade, mas pulsa ainda em seu peito um coração só de bondade. Faz parte da própria historia do Lar Anália Franco, e continua como seu mais assíduo colaborador. Lembrei-me então de João Xavier Dias, Conrado Augusto Offa, Carlos de Queiroz, Francisco Gomes da Silva, José Ribeiro, Abel Fraga, Acássio Simone e Luis Martins Cruz. Estes homens, há cento e dez anos, plantaram a fértil semente da bondade, de uma das mais respeitáveis instituições beneficentes da cidade. E falamos de mais cem anos atrás. Mais de um século de existência. Foi em uma casa na rua Siqueira de Moraes, no Centro, que surgiu a Sociedade Humanitária Protetora da infância desvalida, Asilo e Creche. Hoje Lar Anália Franco. Naquele tempo, estes pioneiros já enxergavam, com o brilho de seus olhos, a necessidade de abrigar e proteger a todos os sorrisos de criança. Esta paixão divina, a mão do tempo não conseguiu apagar. O vereador Joao Maria Gonzaga de Lacerda propôs e o prefeito na época Luis Latorre assinou o decreto de doação do terreno, onde hoje está instalado. O lar Anália Franco continua sua santa Missão. Longe dos holofotes do cinismo, de muitas entidades de fachadas, em busca somente do dinheiro, desperdiçada em ações fúteis, o Lar Anália Franco de Jundiaí é um modelo exemplar de entidade beneficente. Por lá passaram centenas e centenas de crianças, muitas delas, pela história e conquistas, terão suas vidas contadas num livro, a serem eternizadas, pelo trabalho voluntário e solidário da entidade. O número de crianças atendidas mostra a relevância do papel comunitário da instituição. Traz, neste século de muitas lutas, inúmeras recompensas. Seu trabalho silencioso está registrado em todas as crianças que se tornaram mães abnegadas, orgulhosas, não porque se tornaram mães, mas porque sabem que toda criança nascida de seus ventres é um ser especial. Sim, todas elas encontraram no lar Anália Franco um ambiente de civilidade, de amor e solidariedade. Que o modelo centenário, colocado em prática por estes bondosos pioneiros do lar Anália Franco, sirva de exemplo para outras instituições em retribuir à sociedade um pouco do bem que usufruem. Quero parabenizar ao Lar Anália Franco pelos seus 110 anos. E dedico a coluna de hoje a essa instituição admirável que, em tempos de tanta indiferença e desfaçatez, indica a cidade um caminho a ser seguido na prestação de serviço comunitário, assistencial e na divulgação do que é mais representativo em toda a sua existência. E você, caro Jairo Silvestre, se tornou por fora e por dentro, um ser humano mais visível, de perto e de longe, pode ser visto na grandeza de seu coração. A vida nos ensina que a melhor homenagem se presta aos vivos. Rendo-me aos seus gestos de amor, de carinho e de bondade. Um forte abraço deste seu admirador.

Guaraci Alvarenga é advogado (guaraci.alvarenga@yahoo.com.br)