Um portal afiliado à rede
30 de abril de 2024

BELEZA

E se o padrão for questionado? Mulheres se propõem a isso

Por Nathália Sousa
Jornal de Jundiaí

08/03/2023 - Tempo de leitura: 2 min

Jornal de Jundiaí

Entrevista prévia para a Rádio Difusora 810 AM

Nada de pelos nem de cabelos brancos, sempre maquiada e com as unhas feitas, roupas femininas, mas não ousadas. Há uma série de "regras" criadas pela sociedade que as mulheres precisam seguir. Não é nada expressamente imposto, mas o preço para quem não segue é o julgamento.

Questionando este tipo de "obrigação" e também em razão do Dia Internacional da Mulher, a fundadora da marca de cosméticos naturais Coco Verde, Gabriela Matsunaga de Angelis, organizou um evento sobre a obrigatoriedade da beleza da mulher na sociedade. Em formato de roda de conversa, contou com a presença da maquiadora e influencer Giovanna Visnardi e da consultora de imagem e estilo Amanda Souza. O evento aconteceu ontem, mas teve transmissão pelo Instagram da Coco Verde (cocoverde.eco) e uma entrevista prévia na Rádio Difusora, que foi transmitida pelo Youtube (@radiodifusorajundiai9616).

DEBATE

Sendo algo normalizado na sociedade, Giovanna diz que o padrão é cultural. "Tentamos desmistificar um conceito de beleza, mas a origem é muito cultural, temos um padrão no Brasil e em outros países são outros padrões, mas é algo que vem de casa, da mãe para as filhas."

Tendo uma filha, Amanda também vê essa padronização vir de fora. "Sou mãe de uma adolescente de 15 anos e vejo ela trazer isso de fora para casa, de amigas, de mães de amigas e da internet, que vende insatisfação o tempo todo", explica.

Para Gabriela, um padrão preconizado, por exemplo, é o cabelo comprido. "Eu cortei meu cabelo na pandemia, raspei sozinha. Meu cabelo já era curto, mas não como agora. Raspei na máquina e gostei de como eu fiquei, achei que estava feminina. Tinha medo de ficar estranha, mas na época assisti a uma série chamada 'Nada Ortodoxa', em que uma moça tem o cabelo raspado e usa peruca, e achei ela bonita com a cabeça raspada, então tomei coragem", conta.

Amanda também abandonou conceitos enraizados por ela mesma. "Todo dia é um esforço gigante, uso minhas redes para libertar as mulheres. Sou fora do padrão e adoro. Por muito tempo, a moda foi vendida como regra para as mulheres. Criamos esteriótipos de profissões que enclausuram as mulheres. Eu usei megahair e cílios postiços por anos, mas há três anos comecei a ter essa crise e pensava com qual beleza eu estava inspirando."

Giovanna, por sua vez, vê na profissão que a maquiagem, seja a cosmética ou os filtros de redes sociais, também se tornou regra inquestionável. "Acho que um dos pilares da mensagem que tento passar pelas redes sociais é: o que é beleza? São padrões estéticos. Uma coisa é enxergarem a beleza das pessoas, outra é quererem impor um padrão. O que tento passar é que não há um padrão que precisa ser seguido, mas fazer uma maquiagem e um cabelo que expresse quem você quer ser", diz ela.

Gabi