O nosso cérebro é um dos órgãos mais ativos do nosso corpo, utiliza quase exclusivamente glicose como energia. Após um estudo sobre a relação entre o diabetes e o Alzheimer, chamado de "estudo Rotterdam" e que está em andamento desde 1990, mais de 6 mil idosos foram avaliados por dois anos, onde encontraram uma correlação entre o diabetes e o desenvolvimento de demência. A isso deu-se o nome de "diabetes do tipo 3".
Sabemos que há dois tipos principais de diabetes, os chamados tipo 1 e 2. Ambos são casos crônicos da doença que afetam a forma como o corpo processa o açúcar no sangue. É a insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas, a responsável por transportar a glicose do sangue para o interior das células, controlando o nível de glicose no sangue, sendo produzida principalmente após as refeições, quando a quantidade de açúcar no sangue, proveniente dos alimentos, aumenta.
Chamamos de diabetes quando a produção de insulina é insuficiente ou ausente e o açúcar não chega ao destino final, a célula. Quem tem diabetes tipo 1 não produz insulina. Já o corpo de quem tem diabetes tipo 2 não processa a insulina corretamente e, mais adiante no desenvolvimento da doença, também pode deixar de produzi-la. As diabetes do tipo 1 e 2 têm sintomas semelhantes, como visão turva, necessidade constante de urinar, sede quase insaciável e dificuldades na cicatrização de ferimentos. Porém, podem se apresentar de maneiras completamente diferentes em cada indivíduo.
O nome diabetes tipo 3 é uma nova proposta para se referir à resistência à insulina no cérebro que é provocada pelo Mal de Alzheimer e não se trata de um novo tipo de diabetes que foi recentemente descoberto, apenas uma nova maneira de se referir a um problema já tão conhecido, que apenas recentemente foi associada ao Alzheimer.
Portanto, o diabetes tipo 3 seria apenas uma outra forma da doença, relacionada à resistência na absorção da insulina pelo cérebro, diferente do que ocorre no diabetes tipo 2, onde a resistência ocorre no corpo todo.
Esta definição não é totalmente aceita pela comunidade médica, essa relação entre diabetes e o Mal de Alzheimer ainda está no centro de diversas pesquisas. Mas já foi comprovado que as anormalidades causadas aos neurônios pelo Alzheimer têm características relacionadas com o diabetes.
Calma, não significa que pessoas diabéticas terão a doença de Alzheimer, mas sim que estão mais propensas. Também não quer dizer que pessoas fora desses grupos estejam imunes ao mal de Alzheimer.
Dentre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 3 temos: a idade, o histórico familiar, problemas cardiovasculares, sedentarismo, colesterol e triglicérides altos, o hábito de fumar e quadros de diabetes preexistentes.
O consumo de açúcar em excesso está ligado a tantos males, a tantas doenças. A atividade física e a boa alimentação podem ser um fator determinante na prevenção do diabetes do tipo 3. E só quem poderá preveni-lo é você mesmo, com bons hábitos e boas escolhas alimentares. A responsabilidade por sua saúde neste momento poderá ser refletida no seu futuro, então cuide-se. Muita saúde a todos.
Liciana Rossi é educadora física (licianarossi@terra.com.br)