Os dois homens identificados pela Polícia Civil como prováveis assassinos de um homem de 25 anos, conhecido por 'mudinho' (ele era surdo-mudo), cujo corpo foi encontrado esquartejado e enterrado em uma cova rasa, numa área de mata no bairro Bananal, em Cabreúva, na manhã de quarta-feira (11), são comerciantes da cidade, conheciam a vítima, e o mataram após um desentendimento - o motivo ainda não foi divulgado pela polícia, para não atrapalhar as investigações.
Com as identificações e diversas provas de materialidade já colhidas, o delegado Rodrigo Carvalhaes deve pedir nas próximas horas os mandados de prisão para ambos. "São pequenos comerciantes da cidade e, sim, conheciam a vítima", disse o delegado.
PERÍCIA
Na manhã desta quinta-feira (12), Carvalhaes esteve no pátio conveniado com a Polícia Civil, em Várzea Paulista, onde está recolhido o carro de um dos suspeitos, apreendido no início desta semana. No local também estiveram agentes da Perícia Técnica. Os trabalhos periciais prosseguem ainda na noite desta quinta, quando será utilizado o reagente luminol, para tentar identificar vestígios de sangue. O que se sabe, por ora, é que o carro foi lavado recentemente, possivelmente numa tentativa de ocultar provas. Os resultados devem sair em alguns dias e vão ajudar a polícia nas investigações.
K9 LIVE
Mudinho estava desaparecido desde o dia 4 deste mês, sendo que a família registrou boletim de ocorrência no dia 5. Desde então a Polícia Civil vinha investigando e contando com a ajuda da Guarda Municipal da cidade, buscando uma única linha de investigação a que pudesse se concentrar. Nesta quarta-feira, com ajuda de uma equipe de Operações com Cães da Guarda Municipal, o corpo foi encontrado. "Já esclarecemos o caso, que é de homicídio qualificado, e sabemos quem são os autores", disse Carvalhaes. "Vale ressaltar a grande importância que teve o cão da GM de Jundiaí, para localizar o corpo. Foi fundamental", falou ele, sobre a Live, que tem 5 anos e meio e é especialista em localização de pessoas, com utilização de odor específico.
Live (especialista em localizar pessoas vivas) faz parte da equipe formada pelos GMs Gonçalo, William e Francisco, este último o condutor do animal. "A Polícia Civil já tinha descoberto que a vítima possivelmente havia sido levada para esta área de mata. Para se certificar disso, porém, solicitaram nossa ajuda", disse Francisco. "Utilizamos os chinelos, que, segundo sua família, haviam sido usados por ele antes de sair de casa no dia do desaparecimento, ou seja, o odor ainda estava forte".
Em menos de dois minutos, Live conseguiu identificar uma pequena região na mata - que fica em uma área extensa -, onde a vítima havia estado viva ou sido levada pouco tempo depois de morrer. "Ela foi muito rápida e num determinado momento chegou a ficar sobre os gravetos que cobriam o corpo", disse o guarda.
Mudinho, a princípio, foi morto com uma facada no pescoço e, após isso, esquartejado para que o corpo coubesse na cova feita pelos criminosos.