
O susto de encontrar um escorpião em casa está virando quase rotina na casa dos pais de Bruna Ribeiro, na Vila Graff. Ela relata que os aracnídeos vêm de um bueiro que fica na frente da residência e não importa o que façam para evitar, as aparições continuam. Essa situação se repete em outros bairros de Jundiaí, como no Centro, em que os escorpiões também entram em comércios e surpreendem lojistas.
A presença de escorpiões costuma ser mais constante no verão, porque eles são mais ativos nesta época. O médico-veterinário e docente no Centro Universitário Facens, André Costa, diz que os escorpiões têm hábitos noturnos e saem em busca de alimentos, como insetos, durante a noite. De dia, costumam se esconder em locais escuros e úmidos. “Nos dias mais quentes do ano, são mais ativos e podem ser encontrados em tubulações de esgoto, entulhos, terrenos baldios e até dentro de casas, em calçados ou móveis."
Aparições
Bruna Ribeiro diz que a presença de escorpiões tem sido contante na casa dos pais, na Vila Graff. "Todas as portas da casa têm proteção, compramos vários tipos de venenos pela internet, temos usado até venenos caseiros. O zoonoses veio aqui e falou só para passar o veneno que compramos e proteger o portão, mas não adianta. Não tem terreno baldio perto, não tem acúmulo de entulho, não tem mato alto, nada disso, mas eles vêm do bueiro na frente da casa."
Ela relata que o medo é constante, porque os escorpiões são venenosos e quase impeceptíveis, então há temor em relação a uma picada. "É um pânico, o tempo inteiro, porque é um bicho silencioso. E são pequenos, todos que vimos são filhotes, então estão procriando", conta.
De acordo com a Unidade de Gestão de Promoção da Saúde (UGPS), a Vigilância em Saúde Ambiental (Visam), já havia realizado vistoria e orientações no local referido em atendimento à solicitação registrada no canal 156 em janeiro deste ano. Diante de nova solicitação, o órgão retornará ao local nos próximos dias.
A UGPS afirma que a Visam monitora a população de escorpiões e promove ações preventivas e de controle, realiza vistorias zoosanitárias em áreas de infestação, aloca armadilhas em pontos estratégicos e procede com a investigação epidemiológica de todo acidente ocorrido. A orientação do órgão é que as pessoas mantenham a organização e limpeza dos imóveis, evitando o acúmulo de entulho, restos de material de construção e lixo, ou seja, de materiais que servem de abrigos para animais peçonhentos, como escorpiões, aranhas e serpentes, ou de algumas de suas presas, como as baratas e outros insetos. Também é essencial a eliminação de vias de acesso desses animais ao interior dos imóveis a partir da vedação de vãos de portas e janelas, de caixas de esgoto, águas pluviais e gordura. A prevenção é fundamental, porque não há veneno chancelado pelo Ministério da Saúde para controle químico desses artrópodes.
Comércio
Funcionária de uma loja de acessórios para celulares localizada na rua Rangel Pestana, Tamires Franco conta que na semana passada foram duas aparições. No dia 5, um escorpião foi encontrado no estabelecimento. No dia 6, foram encontrados dois. "Teve dois dias que apareceram escorpiões na semana passada. Estamos procurando dedetização, a gerente da loja chegou a ligar para pedir dedetização, mas no dia em que apareceram a gente mesmo que matou. Eles são bem pequenos, daqueles mais amarelinhos", relata.
Assim como Tamires, outros comerciantes do Centro de Jundiaí já se depararam com escorpiões nos estabelecimentos, que estão localizados em área completamente urbana e não costumam ter pontos para esconderijo, como entulhos ou acúmulo de lixo, indicando que os animais têm saído de canais de esgoto e invadido os comércios e residências. O relato de serem escorpiões pequenos também pode indicar reprodução recente dos bichos, que costumam acasalar entre agosto e setembro.
Comentários
2 Comentários
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Aldemiro 12/02/2025Parque residencial Jundiaí está infestado capturei 7 dentro de casa O que vamos fazer ???? Socorro
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Fabiano 10/02/2025No Jd. Búfalo (parte da Vila Hortolândia) também estão aparecendo escorpiões amarelos vindos do bueiro.