CHUVA E CONSEQUÊNCIA

Moradores do Jardim Tamoio sofrem com alagamentos

Por Camila Bandeira |
| Tempo de leitura: 2 min
Arquivo pessoal
Estragos causados pelas chuvas preocupa Marinete moradora do bairro Jardim Tamoio
Estragos causados pelas chuvas preocupa Marinete moradora do bairro Jardim Tamoio

Há 44 anos, Marinete da Rocha Sousa lida com um problema recorrente em sua casa no bairro Jardim Tamoio: acúmulo de água em um terreno atrás de sua residência, o que tem gerado alagamentos. A situação já resultou na perda de móveis e danos na estrutura do imóvel. No final do ano passado,  a parede do quarto caiu devido à força da água.

"A gente sempre avisou que essa água poderia causar problemas a qualquer momento, mas prometeram que iam canalizar e nada foi feito. O tempo passou e, depois de 44 anos morando aqui, chegou uma hora que a estrutura não aguentou mais", desabafa Marinete.

A força da água causou o desabamento da parede da casa da Marinete

O Jardim Tamoio está localizado na divisa entre Jundiaí e Várzea Paulista. Algumas residências possuem CEP de Várzea Paulista, mas contas de água e energia são registradas em Jundiaí, o que gera incertezas sobre qual município deve responder pelos problemas enfrentados pelos moradores.

Quem deve prestar assistência?

As prefeituras de ambas as cidades informam que trabalham de forma colaborativa para garantir o atendimento à população. Em nota, Prefeitura de Jundiaí destacou que conta com o "Plano de Contingência Chuvas de Verão", que reúne órgãos municipais e colaboração de cidades limítrofes para prestar assistência em emergências.

A Prefeitura de Várzea Paulista reforçou que atua em parceria com a Prefeitura de Jundiaí nas áreas fronteiriças, incluindo ações da Defesa Civil e Desenvolvimento Social, como ocorreu no período de chuvas em dezembro. 

Além disso, esclarece que, na região do Balsan, no Jardim Tamoio, existe um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), firmado em 2019 entre as duas cidades, no qual Jundiaí detém a jurisdição sobre a área.

Apesar da garantia de atendimento, Marinete afirma que nenhuma solução definitiva foi implementada até agora. "Levantei a parede novamente, mas, se não canalizarem essa água, o problema vai continuar. Se ninguém tomar uma providência, vai acontecer de novo", afirma.

Projeto de regularização e obras futuras

Para resolver a questão da jurisdição do bairro, as cidades firmaram um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que prevê a transferência da área para Jundiaí, possibilitando a regularização fundiária e a instalação de serviços públicos pelo Departamento de Água e Esgoto (DAE). O projeto está em fase de votação na Assembleia Legislativa e, após a aprovação, a área será oficialmente incorporada ao município.

Além disso, está em andamento um cronograma de obras para minimizar os impactos das chuvas. Entre as medidas planejadas estão a construção de escadas hidráulicas e sistemas de contenção de água. Enquanto isso, algumas moradias foram interditadas devido ao risco de desabamento.

Marinete diz que ela e os seus vizinhos seguem apreensivos, temendo que mais uma temporada de chuvas cause novos prejuízos antes que as ações sejam, de fato, concretizadas.

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