DIVERGÊNCIAS

Governo tem de sanar 'crise enorme' no IBGE, diz ex-presidente

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O governo Lula (PT) tem de tomar atitudes para sanar a crise no IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), afirma Roberto Olinto, ex-presidente do órgão.

A turbulência ficou ainda mais exposta neste mês, após quatro diretores entregarem seus cargos. Divergências com a gestão do presidente Marcio Pochmann, indicado por Lula, teriam pesado na decisão dos técnicos.

"No meu ponto de vista, o governo tem de se conscientizar de que está lidando com uma crise enorme no principal produtor de estatísticas oficiais do país e tem de tomar atitudes em relação a isso", diz Olinto em entrevista à Folha.

"Não sou eu quem vai dizer [quais medidas], parte do governo, dos ministros envolvidos no IBGE, a análise da situação", acrescenta.

O pesquisador chama de "belicosa" a postura da gestão Pochmann e, a exemplo de servidores, tem uma visão crítica sobre a criação da Fundação IBGE+. A nova estrutura poderá captar recursos privados para produção de trabalhos.

Em nota, o Ministério do Planejamento e Orçamento, ao qual o instituto está vinculado, diz que o IBGE possui autonomia administrativa. A pasta, porém, declara que "acompanha os desdobramentos no órgão e mantém aberto um canal de diálogo com seus representantes".

A reportagem tem procurado a presidência do IBGE para pedidos de posicionamento durante a crise, mas a gestão Pochmann disse ter adotado uma política de se manifestar via comunicados.

Em texto publicado no dia 15, condenou o que chamou de "ataques" de servidores, ex-funcionários e instituições sindicais, afirmando que os grupos divulgam "mentiras" sobre o instituto.

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