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RMJ ‘cumpre tabela’, e mulheres candidatas são apenas um terço

Por Da Redação |
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Lei 9504/1997 tenta assegurar participação mais igual entre homens e mulheres
Lei 9504/1997 tenta assegurar participação mais igual entre homens e mulheres

Apesar de representarem mais da metade da população brasileira, as mulheres são menos de um terço dos candidatos nas eleições de outubro. A estatística é nacional mas também coincide com a situação dos municípios da Região Metropolitana de Jundiaí (RMJ).

Em todo o país, do total de candidatos, 18 mil são homens (69%), contra 8,1 mil mulheres (31%). Na RMJ, com pouco mais de 1,2 mil candidaturas para os Legislativos, há exatas 400 mulheres disputando as cadeiras das Câmaras Municipais.

Nesse sentido, a impressão que fica é que os partidos estão apenas cumprindo o que determina a Lei das Eleições - de que cada sexo ocupe pelo menos 30% do total de candidaturas.

A questão também pode implicar na manutenção do cenário atual nas Câmaras. Cabreúva (que tem nove cadeiras) tem três mulheres vereadoras - mesmo número da legislatura anterior. Em Campo Limpo Paulista (que soma 13 vereadores), duas cadeiras são ocupadas por mulheres - número que se mantém desde a legislatura 2017/2020.

A mesma situação ocorre em Itupeva (13 cadeiras, das quais duas são ocupadas por vereadoras), em Jarinu (que tem 11 cadeiras e duas vereadoras eleitas), Louveira (que tem 13 cadeiras no Legislativo e uma mulher vereadora, número que vem diminuindo nas últimas eleições. O município chegou a ter três vereadoras entre 2005 e 2008).

Em Várzea Paulista, as 10 cadeiras são ocupadas por vereadores nesta legislatura, assim como já ocorreu entre 2016 e 2020. A última vez que aquele município teve duas representantes no Legislativo foi no período de 2013 a 2016 - as duas ex-vereadoras daquele período estão concorrendo este ano.

Jundiaí, que conta com 19 assentos no Legislativo, conta com apenas uma representante. O último período em que o município teve três vereadoras ao mesmo tempo foi de 2005 a 2008, já sob a ‘cota de gênero’ criada pela Lei 9504/1997 para assegurar a participação mais igualitária entre homens e mulheres que concorram a cargos eletivos do poder legislativo.

Segundo uma estimativa calculada pela cientista política Hannah Maruci, serão necessários mais de 100 anos no ritmo da política brasileira para o Brasil alcançar a proporcionalidade de gênero. A declaração foi feita para um podcast da rádio ‘Brasil de Fato’.

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