SETEMBRO DOURADO

Diagnóstico de câncer infantil ainda é desafio

Por Nathália Sousa |
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação / Grendacc
Giovanna de Oliveira Conceição terminou o tratamento de câncer em julho, depois de quase dois anos
Giovanna de Oliveira Conceição terminou o tratamento de câncer em julho, depois de quase dois anos

Neste mês, a campanha Setembro Dourado visa intensificar a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer em crianças e adolescentes. Difícil de ser descoberto, o câncer infantojuvenil leva de uma a duas crianças da região todos os meses ao atendimento no Grupo em Defesa da Criança com Câncer (Grendacc), entidade que faz o tratamento pelo SUS em Jundiaí.

Uma dessas crianças terminou o tratamento recentemente, depois de uma longa jornada de dois anos. Giovanna de Oliveira Conceição, de 8 anos, tocou o sino da vitória no Hospital da Criança do Grendacc no dia 31 de julho. Ela havia sido diagnosticada com Linfoma de Burkitt em agosto de 2022 e, após um tratamento intenso, com bastante quimioterapia, encerrou os procedimentos e agora segue apenas em acompanhamento.

Mãe de Giovanna, Jeanilce da Conceição Oliveira diz que o diagnóstico só veio por causa da consequência do câncer, na região intestinal. “Iniciou com uma dor abdominal e, após exames, ela foi diagnosticada com invaginação intestinal. Foi necessário passar por uma cirurgia e então foi identificado o tumor na mesma região”, lembra.

Uma vez diagnosticada, porém, Giovanna teve o tratamento com toda a atenção necessária ao caso. “É uma situação que não imaginamos passar, mas o cuidado, a atenção, as informações necessárias e precisas e o amor e dedicação dos profissionais tornam a situação bem mais leve. É uma doença que precisa de muita atenção, remédios fortes, que acabam fragilizando, mas, pela a gravidade da doença, foi algo que conseguimos encarar e que não nos desanimou”, comenta Jeanilce.

Atenção

O Grendacc Jundiaí, referência regional no atendimento oncológico e hematológico infantojuvenil, já atendeu cerca de 94.890 crianças e adolescentes desde o início, em 1995. A instituição trata os tipos mais comuns de câncer infantil, como leucemias, linfomas, a Leucemia Linfóide Aguda tipo B, tipo mais comum na infância, mas não trata retinoblastoma e tumores de sistema nervoso central, que são encaminhados a outros centros.

Oncologista pediátrica do Grendacc, Arianne Casarim diz que o desafio do diagnóstico é a similaridade dos sintomas com os de outras doenças. “Os sinais e sintomas do câncer são muito semelhantes aos sintomas de doenças comuns na infância, como febre, dores no corpo, dores de cabeça. Por isso, pais, responsáveis e equipe médica precisam redobrar a atenção.”

Ainda segundo Arianne, antigamente as informações e os tratamentos para câncer infantil eram mais limitados. Algo que mudou. No Grendacc, a taxa de cura é de 80% atualmente, número que costuma variar de acordo com o estágio do câncer quando diagnosticado. Por isso, alguns sinais podem ser essenciais para que crianças tenham diagnóstico precoce e tratamento mais efetivo e um pediatra deve ser procurado na presença de um ou mais sintomas do tipo.

  • Febre persistente, de origem indeterminada, com tempo de evolução superior a 8 dias;
  • Perda de peso de mais de 10% nos últimos seis meses é um sinal de alerta;
  • Palidez;
  • Dor é um sintoma muito frequente, a criança fica mais irritada, com dificuldade para brincar, dormir e se alimentar;
  • Hematomas não associados a traumas;
  • Aumentos dos gânglios linfáticos;
  • Cefaléia (dor de cabeça) é um sintoma comum na infância, mas deve haver atenção quando é associada a sinais de alerta, como despertar noturno e vômitos.

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