Moradores de um condomínio residencial no Jardim Samambaia registraram imagens, a partir de suas janelas, de máquinas derrubando árvores de uma área vizinha. O trabalho ocorria em pleno domingo, 1º de setembro. Ao todo, estão sendo retiradas do local 50 árvores leucenas. A área receberá um novo parque público. As leucenas, segundo informa a DAE, em nota, são uma "espécie exótica de árvore, considerada invasora e responsável por inibir o desenvolvimento das espécies nativas".
"É importante ressaltar que as leucenas retiradas estão fora da Área de Preservação Permanente (APP) e, por isso, não necessitam de um licenciamento prévio para sua retirada", explica Martim Ribeiro, diretor de Mananciais da DAE Jundiaí. "As demais árvores existentes no local são nativas e serão preservadas em sua totalidade, valorizando ainda mais as belezas naturais do local."
Moradores do condomínio ouvidos pela reportagem do Jornal de Jundiaí não quiserem se identificar. Para um deles, que fez imagens da retirada das árvores, faltou comunicação da DAE e da Prefeitura de Jundiaí com a comunidade que vive ali. "Seria necessário terem comunicado os moradores através de reuniões e também com faixas informativas, que este serviço seria iniciado, e também explicar e até mesmo levar os moradores ao local para saber da situação", afirma ele, que também citou outros dois pontos que considera importantes: o aproveitamento do sombreamento das leucenas para fazer o plantio de novas espécies nativas, não deixando o solo exposto e frágil com as elevadas temperaturas; e a execução do serviço em dias da semana, não em um domingo, quando é necessário pagamento extra aos funcionários que fazem o serviço. "Domingo é dia de descanso e o silêncio deveria ser respeitado."
Imagem aérea da Represa dos Moisés/ Divulgação: DAE
O parque
Em nota, a DAE Jundiaí informou que deu início aos trabalhos para transformar a Represa do Moisés, no Jardim Samambaia, em um novo parque público. O espaço tem 36 mil m² e contará com lago, trilhas de caminhadas, quadras de beach tennis, áreas de convivência e "muito espaço para contemplação da natureza".
Questionada sobre os gastos, a DAE disse que o projeto ainda está em fase de orçamento e preparativos para a licitação. A empresa também afirma que o espaço passará pela recomposição do córrego do Moisés, o desassoreamento da lagoa, cercamento do terreno e projeto paisagístico. "A estimativa para que tudo esteja pronto é de oito meses, a contar a partir da conclusão do processo licitatório."
Ainda segundo a DAE, o local também passará a abrigar a Unidade Descentralizada de Manutenção – Região Central, que hoje funciona na sede da empresa, na Vila Hortolândia. "Com a transferência da Unidade Centro para o Jardim Samambaia, além de mais segurança aos frequentadores do futuro parque, os atendimentos realizados pela equipe da DAE em ocorrências de vazamentos e obstruções serão ainda mais ágeis e eficientes para a região central."
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